lobo e lua

lobo e lua

29.12.08

Curiosos perfis de blogueiras

Certas blogueiras conseguem ser criativas até na hora de preencher o "perfil". É o caso de três que selecionamos para mostrar neste post.

A primeira é Nathália Esthevlana, do Cólica Mental, nossa colunista anti-social, usando aqui o pseudônimo de Lana. No seu perfil, na parte de "interesses", ela responde objetivamente: "Sobreviver a 2008", que deve ser atualizado daqui a alguns dias para "sobreviver a 2009".

A segunda usa atualmente o apelido de Glutone Insanu. Também muda constantemente o nome do blog, que hoje é o Web Material. Garante que não lê livros, mas o incrível é que escreve sempre muito bem, principalmente sobre cinema. Vejam seu perfil:

"Definida cientificamente como Homo sapiens sapiens, portadora dos cromossomos xx e do gene da impulsividade. Diplomática apenas quando lhe é conveniente, pode ser explosiva se não houver entes queridos no local. Caso tenha entendido as famosas 'bulhufas' disso tudo, entenda a tamanha dificuldade que se encontra ao descrever um ser que constrói mundos e deturpa realidades. No mais, vamos parar com essa chulice que é falar de si em terceira pessoa e passemos à vida como ela quase é!

E que tal uma ilustração para - ao menos tentar - deixar de lado vossa falha imaginação? Sou a da foto. Porém, não é essa a pessoa que sai às ruas! Durante anos tentei caber no que me julgava ter de ser dentre todas as criaturas e jamais me apontei como mulher entre a minha face e o que há por trás dela. Contudo, basta-me ser só humana com todas as dores e gozos que isso contém. Tenho um belo coelho chamado Lutero, quase sempre peco por omissão, raramente por transbordamento e, a cada vontade, por gula (Glutone Insanu é o nome científico em latim, claro, relativo ao apetite insopitável e que eu inventei). Talvez eu apenas saiba experimentar a vida através de seu mais rudimentar sentido: o paladar. Rude, enfim, é o que mais consigo ser.

Não li um livro sequer nessa encarnação e pretendo deixar para a próxima! Sinceramente? Para mim, livros são instrumentos de tortura! Não me orgulho disso, porém, não faço questão em esconder. Ainda assim, fuço em uma ou noutra coisinha escrita e, por vezes, leio e releio William Blake e seus Provérbios do Inferno. Ah! Eu também gosto de ler bulas e descobri que são mais eficazes que os próprios medicamentos! Jamais coloquei os pés para fora desse país, porém, gostava de ir a um Reino (Swazilândia, África) ou a um Tango (Buenos Aires, Argentina). Se pudesse escolher uma cidade para passar o resto dos meus dias, seria Mongaguá (SP): tem um ar interiorano e com cheirinho de mar! Sou de Áries, de longe e de ninguém! Não sou de igrejas, Orkut e popularidades.

Falo palavrões, sou viciada em arroz e fã de Elvis Presley desde os 11 anos. Sinto saudades dos anos 50's e 60's que não cheguei a ver. Gosto de tomar banho de água fria! Literalmente! Gosto de tomar banho no quintal olhando o céu. Quando chove me sento no chão e deixo a chuva encharcar minha roupa. A verdade é que eu sempre deixei muita coisa acontecer comigo, mas, não vem ao caso. Minha infância deu-se nos anos 80's e apreciava os Contos de Fada: invejava a beleza e sorte das princesas, admirava a ousadia das madrastas e irritava-me com a parvoíce dos príncipes! Não suporto crianças mandonas, adultos obedientes e idosos indiferentes. Por sentir que vivo no interior de um casulo e aguardando um momento oportuno para dele me libertar, escrevi "Lepidóptera": uma breve poesia que joga com as palavras enquanto descreve essa alusão.

Resumindo: Complicada e nada perfeitinha, apareci em meados do mês quatro da última década na qual as crianças eram crianças até chegar a chata da maioridade. Detesto a Ética que, ao meu pobre ver, não passa de permissão para mentir e proteger um grupo fechado. Entendeu!? Um dia algum médico ou advogado te explica... ou não! Simples dona de um blog feito para estapear alguns rostos sem tocá-los e também para colecionar coisas das quais não saberia que existiram se não relesse os arquivos. Não é um blog necessariamente atento à política e muito menos ao que sai nos jornais. Afinal de contas, um mero blog pessoal seria para o quê? Salvar o mundo? O meu não!"

A terceira é Kamilla Barcelos, do Mundo Efêmero, já convidada para trabalhar aqui no Jornal da Lua, assim que conseguir um tempinho em sua estafante vida de estudante. Vejam seu perfil:

"Tenho 17 anos e não fugi de casa. Com essa minha cara de menininha, o máximo que eu consigo é ser a musa dos garotos da quinta série. Nasci na época errada, sinto-me um peixe fora d'água ou, como diria Carlos Drummond, 'um certo jeito de ser gauche'.

Aliado a isso, um misantropismo de natureza. Ninguém escreve meu nome corretamente. Nem cobro também que as pessoas o acertem. Mas também para quê que o pai dela foi incrementá-lo? Até ele às vezes erra. Meu nome é em homenagem ao meu avô, pois fazemos aniversário no mesmo dia. Sou mineira e falo uai. Gosto de Bossa Nova, porque quando a escuto eu me sinto no Rio de Janeiro e na praia. Já que Minas não tem mar, vamos Bossanovear! Sou colecionadora de histórias e de palavras.

Possuo alto grau de miopia, mas enxergo muito mais que certas pessoas. O vírus da gripe me ama. Sou feita de livros. De filmes. De pessoas. De músicas. De amores. De amizades. De medos. De suspiros. De reflexões. De sinceridade. De auto-estima. De baixo-estima. De idéias mirabolantes. De planos. De sonhos. De aventuras. De desventuras. De fantasias. Sou perfeccionista. Sou ansiosa. Sou a caçula da família. Chocolate é minha fonte energética. Gosto de humor irônico e ácido.

Gosto de escrever e tirar fotos, ambos para registrar os momentos da minha vida. Gosto de política, mas não de políticos. Não gosto de futebol, mas sou cruzeirense. Não assisto a filme dublado nem sob tortura, quer dizer, se tiver um ator bonito, até que a tortura vale a pena. Sonho em morar no último andar de um prédio e fazer uma viagem de caminhão. Talvez os dois sonhos sejam por complexo da minha baixa estatura. Se bem que um dos maiores revolucionários, Luís Carlos Prestes, tinha 1,60 de altura e nem por isso deixou de liderar a gigantesca Coluna Prestes.

Detesto cortar o cabelo. Pretendo virar a Rapunzel, quem sabe assim eu não encontro o meu príncipe? Odeio Coca-Cola. Odeio café. Odeio ter aula no sábado. Odeio nem sempre poder fazer o que eu realmente gosto. Odeio falta de responsabilidade. Opino sobre tudo, mesmo sem saber do que se trata. Não gosto de meio termo e neutralidade. Pois acho que a vida é muito curta para ficarmos nos escondendo daquilo que realmente pensamos e gostamos."

25.12.08

Epidemia instantânea


Jaya Viana
BLOGUEIRA CONVIDADA

Não escrevi nada no dia do Natal por estar um tanto enfadada com tamanha mesmice que sempre gira em torno do mesmo. Sou indiferente. E aí ainda aparece o melindre. É isso que vejo cercar essa época do ano. É esse clima de vulnerabilidade/amabilidade que parece tomar conta de todo mundo, como se fosse uma epidemia instantânea.

Sempre foi assim, basta iniciar dezembro que as ações se modificam, que os corações se abrem e que as pessoas (não todas) chegam a se forçar a agir de maneira que não lhes convêm na maior parte do tempo. Isso tudo dura até a meia-noite do dia 25 de dezembro. Depois passa como se nunca houvesse chegado.

Tudo isso aí é pra explicar a falta de sentido que me arrebata na noite do dia 24. No exagero de vazio que enxergo no Natal. Nas lágrimas que sempre aparecem pra lavar a alma. Nas saudades. Nos telefonemas de quem está longe. E por mais que possam ser sinceros meus desejos de “luz, paz e amor a você e toda sua família”, eu prolongo isso durante o ano inteiro. Não acho que seja preciso esperar um único dia no ano pra dizer a alguém o quanto ele é estimado e o quanto você se importa com seu bem estar.

Natal é pra comemorar o aniversário de Cristo. Eu não gosto de aniversários. E é notável de longe a decadência desse real sentido da data. Tantos esqueceram, e a grande maioria só transformou tudo em mais uma data comercial onde se trocam presentes. É assim que é. É um clichê escancarado, mas é tremendamente real.

Lá, quando pequena, minha vó me ensinou o sentido do Natal, mas a verdade é que nunca aprendi a amar essa data. E a cada ano eu me via com uma parte diferente da família, deixando meu coração rasgado em um monte de pedacinhos que não mais se reuniriam, e lembrar disso não era motivo algum de alegria. Hoje isso não me afeta mais, porém o amor, a vontade de se vestir de vermelho, de esperar a meia-noite, só fizeram diminuir. Diminuir ao ponto de praticamente inexistir. É uma tradição que não faz parte de mim.

No fim, tudo acaba com a televisão ligada e uma programação horrenda.

Isso tudo não me impediu de desejar a todos um Felicíssimo Natal, de coração!

Preservemos esse sentimento bom durante a vida inteira, e não apenas por alguns dias.

Jaya Viana também pode ser encontrada aqui

A ilustração deste post é um presente da nossa amiga Maristela Bairros

20.12.08

Evitar o Natal é um dos meus hobbies

Jânio OB
ENVIADO ESPECIAL AOS QUE NÃO GOSTAM DO NATAL

Se alguém der uma olhada pelas ruas, durante a noite do dia 24 de dezembro, pode ter a impressão de que ninguém está sozinho. Em cada quarteirão, dá pra se ver várias casas cheias de luzes coloridas e ouvir gritos de crianças. Poucos carros trafegam por avenidas, parecendo transportar pessoas atrasadas para alguma festa. Ninguém parece estar sozinho neste dia...

No entanto, um grupo de pessoas prefere trocar a ruidosa festividade familiar e o farto cardápio natalino por um filme, um livro ou um disco que não lembram a data nem de longe. Em uma rápida análise, alguns diriam que este grupo é composto por pessoas à beira da depressão, avessas a abraços e tapinhas nas costas ou traumatizadas pela figura carnavalesca do Papai Noel.

Mas, basta conversar um minuto para compreender logo que elas apenas não dão a mínima para o tal espírito natalino."Essa ode ao consumismo é muito triste", analisa Gudesteu Hostalácio. "Dar presentes, enfeitar a casa, toda essa alegria esquisita....não gosto. Acho ruim até as musiquinhas." Gudesteu prefere ficar longe dos pinheiros verdes e dos "jingle bells". "Gosto de ficar sozinho neste dia. As pessoas convidam, mas sempre dou um jeito para não comparecer a estas festas. Prefiro ficar em casa vendo televisão, mas quando aparece qualquer comercial sobre o Natal, mudo logo de canal."

Ele tentou convidar a mãe para, quem sabe, enfrentarem juntos a noite que ambos consideram um porre. "Mas não adianta...ela não vem mesmo". Já Apulcro Mambojambo diz que o pior é lidar com a neurótica expectativa das pessoas durante a semana que antecede o Natal. "É muito irritante. Para mim, é apenas mais um dia comum como os outros. Mas todos ficam doidos: a mãe desesperada com o tender, horário para servir a ceia, horário dos presentes...Ficar sozinho é muito melhor."

A cada dia 24 de dezembro, caso ninguém apareça com um inconveniente convite de última hora, Mambojambo consegue atingir seu objetivo com louvor: ficar em casa sozinho, ver um pouco de televisão, ler ou ouvir rock and roll."Minha mãe briga. Ela pergunta: 'Vai passar o Natal como bicho outra vez? Como se não tivesse ninguém?' Mas nestas festas tem sempre algumas pessoas da família que você não quer ver... Pô, e eu ainda sou vegetariano! Aquele monte de carne sobre a mesa durante a ceia não me diz nada!"

Mambojambo já atendeu telefone durante uma destas deliciosas madrugadas solitárias. “E para quê? Nunca mais! Tenho que inventar que tô doente, com alguma coisa contagiosa, senão cismam de vir me pegar...É ruim, hein?”

De acordo com Mario Persona (mariopersona.com.br), quem inventou Papai Noel foi a Coca-Cola. “Bem, o Papai Noel já existia antes, mas ele era magro. Só foi engordar mesmo na década de trinta, quando sua imagem foi contratada pela empresa que ainda não tinha inventado a Coca Light.

“A figura do velhinho barrigudo e simpático que hoje vemos nos anúncios foi uma criação do artista Haddon Sundblom, que, por sinal, era seu próprio modelo. Nariz e bochechas vermelhas deixavam claro que refrigerante não era exatamente a bebida preferida do modelo-artista”, conta Persona.

Na Bíblia, lemos que os Reis Magos foram até o menino Jesus em sua manjedoura e passaram a "adorá-lo, abrindo tesouros, ofertando dádivas, ouro, incenso e mirra". Dizem que a tradição das festas de Natal começou assim. Mas, para muitos (não parece, porém são muitos), tudo não passa de uma “festa comercial”, bem distante dos verdadeiros ensinamentos de Cristo.

13.12.08

Festas e mais festas


Lana Esthevlana
COLUNISTA ANTI-SOCIAL


Já esqueci várias vezes que era meu aniversário.

Acordava mal-humorada, como todo dia, olhava pro teto... pra janela... respirava fundo... me espreguiçava e de repente ouvia vozes me dizendo "parabéns!" e pensava "puta merda! É hoje. "

Dia de aniversário, pra mim, é um pesadelo. Pô, você tem que sorrir pra todo mundo que te dá os parabéns, tem que ficar rodeado de pessoas. Afinal, elas querem ficar perto de você (?).
Esse ano, quatro dias depois do meu aniversário, um amigo meu chegou e disse:

- Seu aniversário é em maio?
- Não, é em abril mesmo.
- Ah, é verdade. Que dia mesmo?
- Dia 13.
- Caramba, me desculpa! Esqueci completamente!
- Menino, eu não ligo.
- Putz, que bom. Porque eu também não.

Sabe, não vejo motivo pra comemorações. É só mais um dia no ano.

Acho totalmente “narcisista” comemorarmos o dia em que nascemos. Como se isso tivesse mudado significativamente o rumo da História. Hahahaha. Minha família também adora uma festa! Nossa, não sei como têm disposição pra tanto!

Isso quando minha mãe não inventa de fazer festa aqui em casa. Que não é bem uma festa, mas uma reunião dos amigos dela e do meu pai. Bem, a questão é que ela faz toneladas de comida e faz faxina na casa uma semana antes.

Quando sei que vai ter alguma coisa aqui, me programo dias antes pra ocupar completamente minha semana. Pra fugir da faxina, da preparação da comida e da festa. Dia desses minha mãe chamou dois casais, amigos dela e do meu pai, para passarem o dia aqui em casa. Eles chegaram e eu não vi. Estava no quarto do computador. Daí fui terminar de me arrumar, porque estava de saída, e passei pela sala e nem me liguei de falar com eles.

Minha mãe me chamou atenção na frente de todo mundo! Terrível.

- Ô bichinho do mato, vai falar com o pessoal não?
- Ah, nem vi que eles estavam aí (!!!). Oi, pessoal. Agora dá licença que tô atrasada.

Eu sei, eu sei. Sou um poço de falta de educação, mas eu não sei ser falsa. Só quando é realmente necessário. E, sabe, pra mim, ali não era o momento de ser. Só esse ano eu já devo ter fugido de umas 20 festas. E isso só da minha família.

Certa vez, minha mãe me avisou da festa no dia. Daí eu tive que pensar rápido, né? Cheguei pra ela e disse:

- Poxa, mãe, eu já tinha marcado de sair...
- Ah, então, nesse caso, tudo bem.

(Ligo pro namorado)
- Oi! A gente vai se ver hoje, tá bom? Vem me buscar. Tchau.

E o Natal? O que mais me irrita com relação ao Natal é o fato de todos, durante mais ou menos uma semana, se preocuparem com o mundo. Só pra mostrar que possuem o espírito cristão, sabe? Ajudam os mendigos... Fazem o “Natal sem fome”. Como se somente no Natal as pessoas precisassem comer.

Daí milhares de pessoas se vestem de Papai Noel e saem distribuindo presentes pras criancinhas mais pobres. Poxa, ao invés de darem brinquedos, não seria melhor dar um jeito pra que elas tivessem um futuro decente garantido? Isso sim seria um Natal onde alguma mudança realmente válida seria feita.

Ainda nessa onda de bondade do Natal, vem o Ano Novo, onde todos desejam paz, um mundo melhor, onde não haja injustiça e nem esses crimes atrozes que vemos o tempo todo na TV.

Mas os desejos ardentes por essa paz tão grande só duram do dia 31 pro dia 1º. Depois, todos voltam às suas vidas, como se nada tivesse acontecido. Como se os pedidos tivessem sido de mentira.

Desprezível, não é mesmo?

A fantástica (e carí$$ima!!) Lana Esthevlana também pode ser encontrada aqui.

6.12.08

Como aumentar o prazer feminino

Dr. Mijaro Nomuro
ESPECIALISTA EM MULHER

Técnica nº 1: Mãos molhadas

Faça sua parceira sentar-se em uma cadeira confortável na cozinha. Certifique-se de que ela consegue ver muito bem tudo que você faz. Encha a pia da cozinha com água e adicione algumas gotas de detergente para louça com aroma. Segurando uma esponja macia, submerja suas mãos na água e sinta sua pele ser envolvida pelo líquido, até que a esponja esteja bem molhada...

Agora, movendo-se devagar e gentilmente, pegue um prato sujo do jantar, coloque-o dentro da pia e esfregue a esponja em toda a superfície do prato.

Vá esfregando com movimentos circulares até que o prato esteja limpo.

Enxague o prato com água limpa e coloque-o para secar. Repita com toda a louça do jantar até que sua parceira esteja gemendo de prazer!

Técnica nº 2: Vibrando pela sala

É um pouco mais difícil do que a primeira, mas com algum treino você vai fazer com que sua parceira grite de prazer!

Cuidadosamente, pegue o aspirador de pó.

Seja gentil, demonstre a ela que você sabe o que está fazendo. Ligue-o na tomada, aperte os botões certos na ordem correta. Vagarosamente, vá movendo-se para frente e para trás, para frente e para trás... Por todo o carpete da sala. Você saberá quando deve passar para uma nova área.

Vá mudando gradativamente de lugar. Repita quantas vezes seja necessário até atingir os resultados.

Técnica n° 3: Camiseta molhada

Este joguinho é bem fácil, embora você precise de mente rápida e reflexos certeiros. Se você for capaz de administrar corretamente a agitação e a vibração do processo, sua parceira falará de sua performance a todas as amigas dela!

Você precisará apenas de duas pilhas. Uma pilha com as roupas brancas e outra pilha com as coloridas. Encha a máquina de lavar com água e vá derramando gentilmente o sabão em pó dentro dela (para deixar a mulher ofegante, use exatamente a quantidade recomendada pelo fabricante).

Agora, sensualmente, coloque as roupas brancas na máquina... Uma de cada vez.... De-va-gar. Feche a tampa e ligue o "ciclo completo". Sua companheira vai ficar extasiada. Ao fim do ciclo, retire as roupas da máquina e estenda-as para secar. Repita a operação com as roupas coloridas...

Técnica nº 4: O que sobe, desce

Esta é uma técnica muito rapidinha. Para aqueles momentos em que você quer surpreendê-la com um toque de satisfação e felicidade. Pode ter certeza: ela não vai resistir. Ao ir ao banheiro, levante o assento do vaso. Ao terminar, abaixe novamente. Faça isso todas as vezes. Ela vai precisar de atendimento médico de tanto prazer!

Técnica nº 5: Gratificação total

Colocar em prática esta técnica pode levar sua companheira a um tal estado de sublimação que será difícil depois acalmá-la, podendo causar riscos irreversíveis à saúde da mulher. Esta técnica leva algum tempo para o seu aperfeiçoamento. Empenhe-se com afinco. Experimente sozinho algumas vezes durante a semana e tente surpreendê-la numa sexta-feira à noite. Funciona melhor se ela trabalha fora e chega cansada em casa. É assim:

Aprenda a fazer uma refeição completa. Seja bom nisso. Quando ela chegar em casa, convença-a a tomar um banho relaxante (de preferência aromático, em uma banheira de água morna que você já preparou). Enquanto ela está lá, termine o jantar que você já adiantou antes dela chegar em casa.

Após ela estar relaxada pelo banho e saciada pelo jantar, execute a Técnica nº 1.

Preste atenção nela, pois o estado de satisfação será extremamente alto, tão alto que poderá causar coma repentino!

Colaboração da Marcela, do INFINITO PARTICULAR

JÁ ESTÁ NO AR O BLOG DO MEU IRMÃO, CELSO JAPIASSU. VÃO LÁ VISITAR!

29.11.08

Diferenças entre presídio e trabalho

Gudesteu Hostalácio
ENVIADO ESPECIAL AO PRESÍDIO
&
Apulcro Mambojambo
ENVIADO ESPECIAL AO TRABALHO


PRESÍDIO
Você passa a maior parte do tempo numa cela 5x6m.

TRABALHO
Você passa a maior parte do tempo numa sala 3x4m.
____________

PRESÍDIO
Você recebe três refeições por dia, de graça.

TRABALHO
Você só tem uma, no horário de almoço, e tem que pagar por ela.
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PRESÍDIO
Você é liberado por bom comportamento.

TRABALHO
Você ganha mais trabalho com bom comportamento.
____________

PRESÍDIO
Um guarda abre e fecha todas as portas para você.

TRABALHO
Você mesmo deve abrir as portas, se não for barrado pela segurança por ter esquecido o crachá.
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PRESÍDIO
Você assiste TV e joga baralho, bola, dama...

TRABALHO
Você é demitido se assistir TV, acessar internet e jogar qualquer coisa.
____________

PRESÍDIO
Você pode receber a visita de amigos e parentes.

TRABALHO
Você não tem nem tempo de lembrar deles.
____________

PRESÍDIO
Todas as despesas são pagas pelos contribuintes, sem seu esforço.

TRABALHO
Você tem que pagar todas as suas despesas e ainda paga impostos e taxas deduzidas de seu salário, que servem para cobrir despesas dos presos.
____________

PRESÍDIO
Algumas vezes, aparecem carcereiros sádicos.

TRABALHO
Carcereiros usam nomes específicos: gerente, diretor, chefe...
____________

PRESÍDIO
Você tem todo o tempo para ler piadinhas.

TRABALHO
Ah, se te pegarem...
____________

TEMPO DE PENA
No presídio, com bom comportamento, a pena pode ser reduzida a menos da metade.

No trabalho, você tem que cumprir 35 anos, e não adianta ter bom comportamento.

22.11.08

A funcionária


Yvonne da Lua
CORRESPONDENTE

- Olha, meu chapa, o negócio é o seguinte: não vou poder trabalhar no sábado à noite porque estarei menstruada - disse Rosilene ao seu cafetão.

- O quê?!? Que mané menstruada é esse? Donde já se viu puta recusar cliente? - respondeu Geraldão.

- É isso mesmo que você ouviu: m-e-n-s-t-r-u-a-d-a. E tem mais, a próxima vez que você me encher a cara de porrada eu tomarei providências. Irei primeiramente na Delegacia das Mulheres e darei entrada em um processo. Além de você responder criminalmente pelos seus atos, eu darei entrada em uma licença no Ministério do Trabalho, você terá que arcar com as minhas despesas e eu ficarei em casa descansando.

- Como é que é? - perguntou Geraldão, perplexo. Você nem carteira de trabalho tem.

- Não tenho do verbo quero ter e é agora. Já tô com ela na mão pra você assinar tudo direitinho. E tem mais: se me perturbar muito, vou processar você pelos 6 anos que trabalhei sem os meus direitos. Ah! E se quiser me comer, vai ter que pagar que nem os outros clientes, porque também processo você por assédio sexual. Já assinou a carteira? Anda logo, porque tenho que ir ao banco abrir uma conta-salário.

- Conta-salário? Que merda é essa?

- Se você não sabe, eu vou explicar direitinho: conta-salário é onde você depositará os meus proventos. Quero ganhar um fixo de R$ 500,00 e mais comissão de 50% sobre cada cliente. As minhas férias serão em dezembro e mensalmente quero receber um auxílio-doença para poder fazer exames ginecológicos. O exame da AIDS é gratuito, você não gastará nada, mas, por outro lado, quero receber também uma verba-insalubridade para os dias de muito frio e chuva - disse Rosilene, cheia de dignidade.

- Mas eu nem sei o que é proventos e insalu o quê. Como é que eu vou poder fazer isso tudo se nem eu mesmo tenho carteira ou, nesse caso, uma firma - respondeu Geraldão, já perdendo a paciência.

- Como você vai fazer eu não sei, mas quero os meus direitos e é agora. Chega de exploração. Acho bom você resolver esse assunto agora porque eu sou capaz de fazer uma verdadeira revolução. Eu e as demais meninas faremos greve e piquetes. Vai ser tão bom, finalmente eu vou poder participar de passeatas, gritando palavras de ordem: "Piranhas unidas, jamais serão vencidas", "Não fique aí parada, você é explorada" - respondeu Rosilene, com um certo ar de CUT -. Já conversei com a companheira Heloisa Helena e ela ficou de vir à inauguração do SPGPEA. O Fernando Gabeira, nosso anjo protetor, também virá para dar uma força.

- Mas o que é isso? - perguntou Geraldão, já sem ar.

- Sindicato das Putas, Garotas de Programa e Afins - respondeu Rosilene, cheia de moral.

- Quem é afins? - quis saber Geraldão.

- Ah! o "afins" abrange muita gente: ex-BBBs, modelos que engravidam de jogadores de futebol e pagodeiros, ex-namoradas de ex-BBBs, ou seja, as putas que deram certo na vida. As famosas que saem nas revistas. Com a contribuição delas, nosso sindicato será muito forte, tenho fé em Deus - respondeu a nossa revolucionária.

- Bom, você realmente não quer que eu seja feliz. Deixa isso pra lá, neguinha. Pode deixar, a partir de hoje você tá livre de mim, vou vender paçoca nas barcas Rio-Niterói. Eu não entendo nada dessas coisas e não serei eu que resolverá o seu problema. Vou ser autônomo agora, só eu e São Jorge, mas me diz uma coisa: de vez em quando posso dar umazinha em nome da nossa velha amizade?

Yvonne da Lua também pode ser encontrada aqui.

10.11.08

Eu tenho um sonho


Eu tenho um sonho: um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios.

Eu tenho um sonho: um dia, nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho: um dia, até mesmo o estado do Mississipi, sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho: um dia, meus quatro filhos viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, e sim pelo seu caráter.

Trechos do discurso de Martin Luther King, em 28 de agosto de 1963

Se existe alguém que ainda duvide que os Estados Unidos sejam o lugar onde todas as coisas são possíveis, que ainda questione a força de nossa democracia, a resposta está aqui esta noite.

Trecho do discurso de Barak Obama, em 4 de novembro de 2008

E anunciamos também o retorno de uma das ciganas da blogosfera (não sabemos por quanto tempo! Então, aproveitem, clicando aqui abaixo!)

2.11.08

O mercado de trabalho me espera (ou eu espero por ele)

Lana Esthevlana
COLUNISTA ANTI-SOCIAL


Sempre achei muito interessante toda e qualquer profissão que mexesse com criação. E tenho um profundo encantamento por páginas na web. Uma página bem feita, bonita, me prende. Uma espécie de hipnose... Não sei explicar.

Eu, por exemplo, de vez em quando arrisco fazer alguma coisa no blog, só pra ele ficar mais aconchegante aos meus olhos, sabe? E agora que vou estudar sobre isso, vou poder fazer profissionalmente!

...Profissionalmente...

Percebeu a palavra? Pro-fis-sio-nal... Opa! Olha o problema.

Bem, o curso tem duração de sete meses. Convenhamos que sete meses é nada. Estou realmente feliz e tal. Vou aprender a fazer algo que gosto e ainda vou ganhar pra isso, quer coisa melhor? Só que tenho pavor de trabalhar. É, eu tenho medo mesmo! MESMO! Provavelmente por eu nunca ter trabalhado na vida.

É tanta responsabilidade! Chefe chato (talvez). Clientes malditos (quase certo). Vontade de morrer. Nossa, me sinto uma babaca. Quando eu era bem mais nova, sempre imaginei que trabalho fosse pra gente que tivesse 25 anos. Daí pensava: “Quando eu fizer 25 anos, vou ter um trabalho estável e estarei completa...”

Que nada! A realidade é cruel. Minha mãe ultimamente tem reclamado do dinheiro que está cada vez mais curto e essas coisas. Diz que não vê a hora d'eu começar a trabalhar e aliviar pro lado dela (tradução: deixar de ser um peso morto...). E só de pensar que daqui a sete meses isso vai se concretizar... Ai... Sobe um frio na espinha!

Não sei de onde vem tanto medo! Às vezes eu acho que é por não estar preparada. Ou pensar não estar preparada. O tempo todo ouço milhares de pessoas falando: “Mercado de trabalho é selvagem. Ou você se dá bem ou morre.”

Lei do mais forte. Aaah! Isso é um emprego ou a teoria da evolução das espécies?


Lana Esthevlana também pode ser encontrada aqui.

27.10.08

Coisas para NÃO fazer antes de morrer

Dave Freeman e Neil Teplica publicaram o livro Cem Coisas para Fazer Antes de Morrer, em 1999. Desde então, muita gente ficou com a sensação de que sempre falta fazer alguma coisa importante.

No entanto, três livros recentes listam o que NÃO fazer antes de morrer: 101 Coisas para Não Fazer Antes de Morrer, do americano Robert Harris, Não Ligo a Mínima, do inglês Richard Wilson, e Cai Fora! 103 Coisas para Não Fazer Antes de Morrer, do também inglês Sam Jordison. "Eu vi as listas do que fazer e tive a sensação de que nunca iria conseguir. Percebi que era ridículo e decidi livrar as pessoas desse tipo de opressão", disse Jordison, que é crítico literário do jornal The Guardian. Então, não se desespere se você NÃO:

Visitar o Taj Mahal — Conhecer o mausoléu transformado em declaração póstuma de amor é item obrigatório dos viajantes aventureiros. Atente-se para o fato de que o monumento é cercado de Índia por todos os lados: o rio cheira mal, o calor é insuportável, mendigos imploram por trocados e, acima de tudo, há turistas demais. Todos, sem exceção, tirando fotos que serão versões pioradas das imagens dos cartões-postais e guias de turismo. "Eu estive no Taj Mahal e acho que acontece o mesmo que com as pirâmides do Egito e com Machu Picchu: já vimos tanto na televisão e em fotos que, ao vivo, não são tão bonitos. Também dizem que é incrível mergulhar nas Maldivas, mas eu nem sei nadar. E aposto que muitas daquelas cenas eu vi em Procurando Nemo", disse Wilson.

Conhecer vinho – Se não tiver jeito para a coisa, faça como todo mundo e escolha o vinho pelo preço. Saiba que a lei da oferta e da procura funciona: os mais caros são os melhores e os menos caros são os não tão bons.

Ler Guerra e Paz – Ou Ulisses, ou a Ilíada. São obras-primas da Literatura, é verdade. Mas ninguém é obrigado a ler suas centenas de páginas se não aproveitar de verdade. Em resumo: não acabe um livro de que você não gosta. Leia outra coisa.

Completar uma maratona – Não basta caminhar na esteira, correr no parque, gastar o calçadão? Para os obcecados por saúde, quem nunca correu 42 quilômetros, como o soldado grego Feidípedes (que morreu depois de completar o trajeto entre Maratona e Atenas), é um sedentário comedor de pipoca na frente da televisão. Se der muita vontade, deite e espere passar.

Praticar o Kama Sutra – Ou fazer sexo na praia. Ou no avião. Sexo é prazer, não competição. "Desde quando contorção corporal é coisa erótica?", pergunta Jordison em seu livro. Sem o peso da obrigatoriedade, quem sabe surjam umas idéias?

Assistir a Boca Juniors e River Plate no La Bombonera, em Buenos Aires – Ou ao Fla-Flu no Maracanã, a Corinthians e Palmeiras no Pacaembu. Quem não torce ficará impressionado por não mais que 15 minutos. E ainda restarão 75 – de péssima comida e banheiros muito, muito sujos.

Pular de pára-quedas – Ou fazer "bungee jumping". Ou, radicalismo dos radicalismos, praticar o "zorbing", assustadora modalidade em que o praticante é colocado em uma bola gigante, muitas vezes cheia de água, que rola morro abaixo. "Nunca tinha ouvido falar nisso até ler as listas do que fazer. Se você é viciado em adrenalina, faz sentido. Eu sofri um acidente de carro e posso dizer que a sensação é a mesma. Taquicardia, frio e tremedeira. É muito desagradável", descreve Jordison.

Ir a uma praia de nudismo – Além de correr o risco de sofrer queimaduras em áreas nunca dantes bronzeadas, você se sentirá inferior diante de corpos mais bonitos ou constrangido por outros nem tanto. E passará o dia sendo examinado por estranhos.

Tocar em um tigre - "Eu sigo três regras: se uma coisa demanda muito tempo, muito dinheiro ou é perigosa demais, eu evito", disse o produtor de televisão inglês Richard Wilson, autor de Não ligo a mínima.

Ficar rico – Se não ficou até agora...

18.10.08

A lua-de-mel de "Sêo" Nô

Regina Lewinsky
CORRESPONDENTE

Nosso jornal ganha a contribuição de mais uma grande blogueira. Trata-se de Regina Lewinsky, ou Rê, para os íntimos hehehe! Desde o início de nossas atividades, somos fãs desta grande autora, que, a partir de agora, é nossa correspondente em Recife, cidade de excelentes blogueiras. Basta consultar nossa lista de links pra se perceber que a capital pernambucana tá muito bem representada na blogosfera. Rê junta-se ao time que já conta com autoras do calibre de Yvonne, Maristela e Lana, que também é pernambucana, mas foi criada e mora no Rio de Janeiro. Apreciem o estilo refinado de nossa nova contratada.

Este “causo” me foi contado por um amigo, advogado lá da minha terra, com quem eu trabalhava à época. Por ser bizarro demais, haverá quem duvide da sua veracidade, mas quem conhece o comportamento do homem do campo, especialmente o nordestino lá das brenhas do interior, haverá de lhe dar crédito.

"Sêo" Nô era um ancião muito rico, dono de hectares e mais hectares de terras, mas uma pessoa muito simples e apegada ao seu torrão natal, de onde não havia ser humano que o fizesse sair.

Seu advogado e amigo pessoal, inconformado com aquele modo de vida tão restrito pra quem tinha tanta grana, às vezes lhe sugeria uma viagem de recreio pra conhecer o mundo, passear, descontrair, sair da mesmice do pequeno lugarejo onde morava, aconselhando: "Sêo Nô, o senhor é um homem rico, vá aproveitar o dinheiro que tem! O senhor tem muitas terras, muito gado, muitas propriedades, mas não conhece o mundo, plantado aqui nesse interiorzinho brabo! Como é que pode? Eu quisera ter a metade da sua riqueza, pra lhe mostrar como se vive! Vá ver a praia, vá almoçar em restaurantes caros. Como é que pode uma pessoa viver assim, podendo aproveitar ao máximo os prazeres da vida?"

Ao que o velhinho respondia: "Gosto não sinhô, dotô! Tenho medo de cidade grande, num seio nem trevessar uma rua cheia de carro! Nem no Recife eu nunca fui, querdita? Vô não! Deixe eu aqui, home! Se aperreie não, que eu gosto mermo é de tá no meu cantin."

Após ganhar a sua última causa judicial em defesa dos interesses do velhinho, o causídico, atarefado demais, passou a rarear as visitas que lhe fazia e passou alguns anos sem notícias dele, até que um dia, participando de um Congresso Jurídico num hotel 5 estrelas da região, aquele advogado, tendo se dirigido à piscina do hotel pra dar um mergulho e tomar sol antes da reunião vespertina, escutou alguém a lhe chamar pelo nome:

- "Dotô Fulano, ô dotô Fulano”!

Localizando de onde vinha aquela voz, qual não foi a sua surpresa ao deparar com ninguém menos que "Sêo" Nô! Ele não quis acreditar nos seus próprios olhos ... Não era possível que estivesse, mesmo, presenciando aquela cena: "Sêo" Nô, numa cidade diferente e, ainda por cima (surpresa das surpresas!) ... tomando banho de piscina!!! Refazendo-se do choque, aproximou-se do seu antigo cliente e fez a pergunta que não podia calar:

- "Sêo" Nô! O senhor por aqui? Que novidade é essa???

- Pois é, dotô ... Eu fiquei viúvo, me casei-me de novo e tô aqui em lua-de-mé!

Ainda atordoado com todas aquelas novidades, mas curioso por saber mais, pergunta o doutor:

- O quê? D. Maria morreu? E o senhor casou com quem?

- Me casei-me com Mocinha, dotô, o senhor sabe quem é ela ... É aquela que trabaiava lá em casa, como empregada da minha patroa ... Tá lembrado?

Diz o doutor:

- Ah! Sim! Eu me lembro de Mocinha ... Mas cadê ela, pr'eu cumprimentar, dar os parabéns?

- Ah, dotô, Mocinha é muito matuta ... Num quis vir não ... Dixe qui tinha veigonha, espie! Aí eu vim foi sozinho mermo ... Pruquê me dixéro qui a pessoa, hoje em dia, quando se casa, tem que viajar de lua-de-mé, né? Aí eu criei corage e vim. O sinhô num vivia dizendo pr'eu viajar? Tô achando é bom, aqui!

Pois é, gente! Vocês podem até pensar que é piada, mas isso aconteceu, mesmo! E tem mais: eu conheci todos os personagens dessa hilária história.

Por hoje, é só.

Rê Lewinsky também pode ser encontrada aqui.

NOTA DA REDAÇÃO: sabemos que estamos atrasados nas visitas aos blogs amigos. Faremos o possível, mas tivemos que aceitar um serviço extra nos últimos dias, pra poder acertar a folha de pagamento do pessoal, senão ia ter greve!

12.10.08

Loucos e santos


Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

5.10.08

Carol Lira volta à blogosfera

Um dos melhores blogs que encontramos neste um ano e meio de Jornal da Lua foi o Menina Lunar. Na época, editado por uma talentosíssima menina que tinha acabado de completar 17 anos. A qualidade do texto era tão boa que gerava dúvidas aqui na redação:

- Não pode ter 17 anos!

Mas tinha! Um fenômeno da natureza! A cada texto, a jovem blogueira do Recife deixava todo mundo pasmo, com sua incrível mistura de prosa e poesia, mostrando um estilo inigualável, rico demais em metáforas e ritmos que certamente arrancariam sorrisos de aprovação de mestres como Neruda, Drummond, Vinícius, Cecília, Bandeira ou Pessoa.

Seu nome: Carol Lira.

Meses atrás, veio a notícia que nenhum de nós queria saber: com o dia todo ocupado por estudo e trabalho, Carol entendeu que era hora de fechar o Menina Lunar. Para manter aquela qualidade, ela precisava de algo que lhe faltava no momento: tempo.

Essa foi a má notícia. Agora, vem a boa: ela voltou! Não mais como Menina Lunar, mas com um blog onde a qualidade dos textos continua de primeira linha, nem precisavam ser assinados. Ali encontramos a primeira e única Carol Lira, com suas mágicas palavras, tecendo seus posts personalíssimos, recheados de cores e sonhos.

A blogueira agora tem 18 anos. Mudou tudo e sua página tem outro nome: Letra Vermelha.

Eu disse "mudou tudo"? Desculpem, engano meu. A beleza de sua prosa poética não muda, é imune à ação do tempo. Tempo que, agora, esperamos que seja mais generoso com ela. E conosco, não nos privando de suas encantadas palavras! Letra Vermelha é leitura obrigatória. Daquelas obrigações que cumprimos com o maior prazer do mundo.

30.9.08

Escolha (ou não!) o seu candidato


Jânio OB
ENVIADO ESPECIAL AO T.R.E.

Guilherme Bouças, com o slogan:
“Chega de malas, vote em Bouças.”

Grito de guerra do candidato Lingüiça:
“Lingüiça neles!”

O slogan da candidata Dinha:
“Tudo pela Dinha.”

Do candidato que tem o apelido de Preto:
“Não vote em branco. Vote em Preto.”

Um candidato chamado Gê:
“Não vote em A, nem em B, nem em C; na hora H, vote em Gê.”

E tem um candidato com o apelido de Pé:
“Não vote sentado, vote em Pé.”

Slogan do gay chamado de Lady Zu:
“Aquele que dá o que promete.”

Criação dos amigos do candidato Samuca:
“Não esquente a cuca. Vote no Samuca.”

Debora Soft, stripper e estrela de show de sexo explícito:
“Vote com prazer!”

Este aqui acredita mesmo que vai ganhar:
“Com a minha fé e as fezes de vocês, vou ganhar a eleição.”

E tem um candidato com o apelido de Defunto:
“Vote em Defunto, porque político bom é político morto!”

26.9.08

Lana Esthevlana renova contrato


Sim, Lana recusou as propostas em dólares e euros e renovou contrato com o Jornal da Lua.

Vamos matar a curiosidade de nossos leitores, informando sobre o que aconteceu em nossa sacrificante viagem ao Rio de Janeiro, na tentativa de impedir que a colunista anti-social aceitasse as propostas da imprensa capitalista estrangeira.

Marcamos um encontro com a exigente Lana no Centro Cultural Banco do Brasil, onde acontecia uma exposição sobre Clarice Lispector. Foi, modéstia à parte, uma grande jogada. Quando chegamos, a colunista parecia levitar em pleno Centro da Cidade Maravilhosa, depois de ver de perto cartas, vídeos, citações e objetos da consagrada escritora.

Apulcro bebia seu uisque, escondido numa pequena garrafa de bolso, e dizia para Gudesteu:

- Sou um homem triste! Depois de três doses, fico normal!

Chico PF tirou o contrato da pasta e entregou ao dr. Bruegel:

- Diga a ela que é o livro de presença.

Bruegel entregou o contrato a Lana, com uma caneta:

- Veja os olhos de Clarice! Observe bem! Seus olhos estão pesados! Você não sente sono?

- Sim...

- Então, assine aqui o livro de presença, um registro para a História.

Lana assinou, enquanto dizia:

- Por alguns longos minutos fiquei pensando no quanto eu gostaria de sair pra tomar um café com ela. E fumar um cigarro. Só um.

Bruegel prosseguiu:

- Vou contar até três. Você vai despertar e não se lembrará de nada.

Contrato assinado, Lana se despediu e saiu. Nós voltamos para Copacabana. Missão cumprida!

- Já me sinto uma pessoa normal - dizia Apulcro.

A garrafa estava vazia. Nossos corações, cheios de esperança. No dia seguinte, podia dar praia. Em setembro, sempre chove no Rio. Mas o sol aparece, de vez em quando. Viva Clarice! Viva Lana Esthevlana!

14.9.08

Sacrifícios que fazemos pelos leitores

Nos próximos 10 ou 15 dias, nossa equipe será obrigada a ficar no Rio de Janeiro, pois temos uma difícil missão pela frente: nossa colunista anti-social, Lana Esthevlana, recebeu propostas milionárias dos mais famosos jornais do mundo, como Le Figaro, The Guardian, The New York Times, Daily Mirror, The Sun, El Clarín, Washington Post, Le Monde e ainda outros do Japão e China. Sim, ela escreve em chinês também! "E isso é sério!", ela nos disse, em nossa última ligação, quando suplicamos que nos recebesse para uma possível renegociação de contrato.

Bom, e assim lá vamos nós! Sabemos que será uma negociação longa e difícil. Por isso, entre um contato e outro com a exigente colunista, programamos algumas atividades, como ir à Praia de Copacabana, tomar água de coco, dar uns mergulhos e ver garotas de biquini.

É um sacrifício que fazemos por vocês, fiéis leitores. Afinal, Lana é parte importante de nossa equipe. Se a negociação demorar muito, eu, o editor, farei o sacrifício de ficar mais uns dias na praia, enquanto tento convencer a exigente colunista anti-social a renovar seu contrato conosco, em vez de se aventurar com euros e dólares. O restante da cambada vai ter que voltar pra redação mesmo, que eu não tô aqui pra ficar sustentando vagabundo, tão sabendo?

Rezem, acendam velas, façam despachos e torçam por um final feliz! Também podem pressionar (de leve) a colunista aqui. E se alguém perguntar por mim, digam que fui por aí, com um violão e um contrato milionário (bancado por Google e Microsoft, nós somos duros!) debaixo do braço! Se a praia estiver boa, fico mais um pouco, beleza?

À noite, a praia de Copacabana fica assim:

31.8.08

Chico PF faz 70 anos

Conheci Chico PF (Francisco Paula Freitas) quando eu morava no Rio de Janeiro, tinha 17 anos e ele ia a caminho dos 40. No ano anterior, fui procurar meu irmão mais velho, Celso Japiassu, e pedi que ele me tirasse de uma enrascada: eu já tinha tomado duas bombas no ginásio, porque não conseguia aprender Matemática, sempre passava colando, na segunda época, e morria de medo do que me esperava à frente: Física e Química!!

Ou seja, eu deveria ter terminado o ginásio com 14 anos, e não com 16! Tudo por causa de minha absoluta incapacidade de aprender Matemática. Eu disse: “Me arruma um emprego, porque não agüento mais estudar e não posso ficar à toa em casa. Você conhece a velha. Ela não vai me deixar em paz!”

Felizmente, Celso entendeu o meu drama e me colocou em contato com um colega publicitário que ia abrir uma empresa própria, chamada Espaço Tempo. Aquela atitude de meu irmão mudou minha vida radicalmente. A partir dali, três pessoas traçaram o meu destino: Chico Paula Freitas, Ademir Ferreira e Arlindo Coutinho.

Chico era o colega publicitário do Celso, com quem consegui meu primeiro emprego, de auxiliar de escritório. No escritório do Chico, conheci o jornalista Ademir Ferreira, que acompanhei em diversas entrevistas, aprendendo na prática como se faz uma reportagem. Também com Ademir, dei meus primeiros passos no Jornalismo, trabalhando com ele na coluna de Carlos Imperial, no extinto jornal Última Hora.

Arlindo Coutinho foi a pessoa que me fez ficar nos trilhos, quando Imperial encerrou seu contrato com a Última Hora e eu não tinha um caminho a seguir. Ele era divulgador da antiga CBS (hoje Sony Music) e me passava diariamente um bom noticiário que eu publicava na coluna do Imperial. Tudo por telefone. No dia em que Imperial anunciou o fim da coluna, liguei pro Coutinho, pra me despedir.

- E o que você vai fazer agora?
- Não tenho a mínima idéia!
- Então, passa aqui amanhã, que vou te levar na Editora Vecchi. Sei que lá tem uma vaga de repórter.

Eu fui, e vi Arlindo Coutinho pela primeira vez. Se alguém duvida que exista alguém generoso, alguém altruísta no mundo, precisa conhecer Arlindo Coutinho, que hoje faz palestras pelo Brasil, falando sobre sua maior paixão (depois da Ferrari e do Fluminense hehehe!): o jazz! É uma figura que mora para sempre em minhas lembranças e em meu coração.

Mas, tudo começou com Celso me dando o endereço do escritório do Chico. Lembro que, na nossa entrevista inicial, falamos de cinema. Ele me falou de uma cena de “A Doce Vida”, de Fellini, em que um personagem, aparentemente bem de vida e tranqüilo, de repente dava um tiro na cabeça. E ficamos filosofando sobre a espécie humana.

O escritório era na Avenida Rio Branco, no Edifício Marquês de Herval. Eu saia de Ipanema, descia na Praça XV, pegava a Avenida Almirante Barroso, passava pela Rua México e chegava ao prédio, bem na esquina. Um dia, Chico me chamou. Tinha uns poemas e queria me mostrar. Eu gostei tanto que copiei alguns pra mim. Tenho até hoje. Foi naquele dia que percebi o amor que ele tinha pela poesia, pelos livros, pela arte, desde que esta arte servisse não para distrair, mas para refletir os problemas humanos, para ajudar na criação de um novo homem, um novo mundo.

Chico era um revolucionário, disfarçado de publicitário de terno e gravata, em plena ditadura militar no Brasil. Nunca pegou em armas, nem nunca o vi pregando qualquer tipo de violência. Mas, quando eu aparecia pra almoçar na casa dele, numa simpática rua no bairro do Méier, sempre saia de lá com livros dos ídolos dele, discursos de Fidel, de Mao, poesias de Neruda... Chico era um esquerdista convicto, tendo que trabalhar para capitalistas, tendo que vender produtos desses capitalistas que ele tanto detestava!

Um dia, vi no jornal que ia passar no Museu de Arte Moderna um filme de um cineasta japonês consagrado, mas que eu não conhecia: era “Dodeskaden”, de Akira Kurosawa. Fui até a sala do Chico e perguntei se ele me recomendava o filme. “Não só recomendo, como vou com você ver este filme hoje. É um gênio!”

Muita gente sabia que Kurosawa era um gênio. A sala tava lotada, tivemos que ficar em pé. Eu, de calça jeans e camiseta, acabei sentando no chão. Chico, de paletó e gravata, preferiu ficar em pé, mas, de vez em quando, comentava algo, como: “A música, ouça a música ao fundo!”

Com o tempo, mesmo depois que não trabalhava mais com ele, mas a amizade prosseguia, observei que aquele publicitário bem sucedido, que andava de Mercedes Benz, só se sentia bem ao lado de pessoas comuns, representantes legítimos da grande maioria do povo brasileiro. Para ele, a Zona Sul era “o Rio dos turistas, o verdadeiro Rio é onde morou Lima Barreto.”

Um dia, me levou pra conhecer Vila Isabel, “a terra de Noel Rosa”. De repente, passou pela rua um sujeito barrigudo, de camiseta e bermuda, levando uma sacola de feira na mão. Chico me mostrou a figura e disse: “Sabe quem é aquele? É o Dunga, que fez a letra de ‘Conceição’, o maior sucesso de Cauby Peixoto.” Chico conhecia todos os artistas daquela região, os famosos e os sem fama.

Por tudo que eu conhecia do Chico, não foi surpresa pra mim quando vi os temas de seus dois livros lançados até agora, “Os suicidas se atiram de pés descalços” (poesias) e “Café e Bar Ponto Chic” (contos), este em catálogo pela Editora Bertrand Brasil. Seus personagens são as pessoas que ele admira, aquelas que Dostoievski chamava de “Humilhados e Ofendidos”.

São mecânicos, garçons, pintores de parede, pedreiros, sapateiros, manicures, motoristas, enfermeiros, costureiras, faxineiras, jardineiros, ajudantes de cozinha, cozinheiras, gente do subúrbio do Rio de Janeiro, que mora em casas pequenas, sem ajuda de ninguém. Gente pobre, honesta e trabalhadora, que se reúne nos raros momentos de folga pra cantar samba, pra dançar nos morros, como se a vida fosse um paraíso eterno.

Esses são os heróis de Chico Paula Freitas. Ele me fez ver que esses eram os heróis. Por essa lição simples, mas fundamental, foi primeiramente nele que pensei na hora de criar os personagens do Jornal da Lua. Porque, se hoje eu sei quem são os heróis, sei que Chico Paula Freitas também é meu herói, que sobe o morro e dança junto com essa gente humilde, me dando mais uma impressionante lição de vida: precisamos rir de nossos problemas!

No dia 8 de setembro de 2008, Chico Paula Freitas faz 70 anos. Deveria ser reverenciado como um grande contista, um grande artista, um grande humanista! Mas, provavelmente, vai apenas pra um boteco no subúrbio carioca, cumprimentar o povo que ele tanto admira e perguntar pra cozinheira qual é o grande prato do dia.

24.8.08

Ditados do século XXI

Flávia Menezes
ESPECIAL PARA O JORNAL DA LUA

01. A pressa é inimiga da conexão.

02. Amigos, amigos, senhas à parte.

03. Antes só que em chats aborrecidos.

04. A arquivo dado não se olha o formato.

05. Diga-me que chat freqüentas e te direi quem és.

06. Para bom provedor, uma senha basta.

07. Não adianta chorar sobre arquivo deletado.

08. Em briga de namorados virtuais não se mete o mouse.

09. Em terra off-line, quem tem discada é rei.

10. Hacker que ladra não morde.

11. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.

12. Mouse sujo se limpa em casa.

13. Melhor prevenir do que formatar.

14. Quando a esmola é demais, tem vírus anexado.

15. Quando um não quer, dois não teclam.

16. Quem ama um 486, Core Duo lhe parece.

17. Quem clica, seus males multiplica.

18. Quem com vírus infecta, com vírus será infectado.

19. Quem envia o que quer, recebe o que não quer.

20. Quem não tem banda larga, caça com discada.

21. Quem nunca errou, que aperte a primeira tecla.

22. Quem semeia e-mails, colhe spams.

23. Quem tem dedo vai a Roma.com.

24. Um é pouco, dois é bom, três é chat.

25. Vão-se os arquivos, ficam os back-ups.

26. Barato sai caro e lento.

Flávia Menezes edita o blog Do Sétimo Andar

17.8.08

Vem aí a Rephorma Ortográphica

Kamilla Barcelos
BLOGUEIRA CONVIDADA

Quem é antenado com as notícias já está sabendo que vem aí uma reforma ortográfica na língua portuguesa, com o intuito de unificar o idioma de todos os países que falam português.

Quem leu essa minha última frase e imaginou "que bom, agora finalmente aprenderei ortografia, pois tudo ficará mais fácil!", enganou-se redondamente. Além disso, quem vive em um mundo capitalista já imagina que o vil metal é que comanda essa reforma.

Se já não bastasse eu ter nascido no século passado, agora terei realmente uma escrita arcaica, digna de pessoa passada. Eu me lembro que várias vezes eu procurava livros de História aqui em casa para fazer algum trabalho e discriminava aqueles com linguagem antiga, do tipo que escrevia "agôsto" no lugar de "agosto". Até hoje o meu avô escreve dessa forma e eu vivo achando estranho. A partir do ano que vem, entrarei para o clube dele: "ARCAICOS S.A.".

Sempre gostei de Português, mas acontecia várias vezes que eu errava alguns detalhes, como hífen e o trema, este que para mim só existiu até a minha quarta série, porque minha professora obrigava. Agora me pergunto: "Será que posso processar as minhas professoras que viviam me corrigindo quando eu os errava?"

A única reforma que eu apoio é retirar o trema, mesmo porque, para mim e para a grande maioria dos estudantes brasileiros, já estava extinto faz tempo. Já vai tarde! No entanto, ficará uma salada aprender a colocar hífen, pois, o que agora é "anti-religioso", com a reforma será "antirreligioso". O tão utilizado "microondas" será "micro-ondas".

"Idéia" não terá mais acento agudo. Do jeito que gosto de escrever essa palavra, acho que não a escreverei mais. Redigirei somente a palavra "pensamento" no seu lugar, ou não terei "ideia" alguma. Revoltei totalmente com a parte de tirar alguns acentos diferenciais. Que pensamento mais sem sentido! Se o acento é para diferenciar, não há motivo para tirá-lo. Por exemplo: na frase anterior, eu utilizei a palavra "para", que atualmente nós sabemos com clareza que é uma preposição, e não do verbo parar, porque não tem o acento. Com a reforma, não existirá esse acento. O que vai ter de ambiguidade por causa disso não está (ainda!) escrito!

Eu era revoltada com o meu nome e, com a bela reforma ortográfica que acontecerá, não terei mais argumentos para mudar no cartório. Pois, finalmente, as letras "k", "w" e "y" entrarão para o nosso alfabeto.

Ainda bem, porque até do meu próprio alfabeto eu era excluída.

Kamilla Barcelos tem 17 anos e é a criativa editora do blog Mundo Efêmero, um dos nossos grandes favoritos

13.8.08

Os que ganham e os que perdem

Nossa correspondente em Guarapari, Yvonne da Lua, passeava pela praia quando encontrou um jornal aberto na página da coluna do cronista esportivo Juca Kfouri. Leu e mandou o artigo, que reproduzimos aqui:

Os Jogos da hipocrisia

"Por que você não foi para Pequim?", perguntam. "Porque não quis", respondo. Mais: estou entrando em férias e só volto aqui no dia 21. Claro que verei a Olimpíada e até comentarei no blog, mas ando cheio de tanta hipocrisia, a começar pela caça aos que são pegos no antidoping por hábitos que só fazem mal e pioram o rendimento. Não aceito ver essa cartolagem imunda da família olímpica no papel de fiscal dos hábitos da juventude e, ainda por cima, expondo jovens à execração pública, como acabam de fazer com um jogador do handebol brasileiro.

Como não suporto o ufanismo da maior parte das narrações, com as exceções de praxe para os felizardos que podem assinar um canal de televisão fechada, razão pela qual darei uma fugidinha do país para acompanhar Pequim de uma cidadezinha colonial mexicana apaixonante chamada Guanajuato.

Porque passa do limite ver um Carlos Nuzman fazer quase o elogio da poluição ou se jactar pela maior delegação brasileira da história, quando só 12% de nossa rede escolar tem quadras de esporte. Aliás, quanto mais medalhas o Brasil ganhar, mais ficará demonstrado o desvio de sua não-política esportiva, porque privilegia o alto rendimento em vez da inclusão social ou a saúde pública por meio da prática de esportes. Dá engulhos ver a cartolagem em hotéis de até sete estrelas enchendo a boca para dizer que esporte e política não se misturam, quando nada foi mais político do que escolher Pequim para receber os Jogos, cidade que, além de poluída, é uma capital que se notabiliza por cercear direitos básicos da cidadania.

Tudo por dinheiro, tão simples assim. Porque a China talvez seja o melhor exemplo, com todas as suas contradições, de como ainda não se achou um sistema razoável, tão óbvias são as mazelas do comunismo e do capitalismo reais. É claro que verei tudo, é claro que me emocionarei com as vitórias brasileiras, como com a festa de abertura. É evidente que torcerei para que aconteçam triunfos como nunca, porque tenho a surpreendente capacidade (surpreende a mim mesmo, diga-se) de voltar a ser criança a cada competição em seu apito inicial. E não é de hoje.

Faço assim com os jogos de futebol lá se vão bem uns 26 anos, depois que se revelou a existência da chamada "Máfia da Loteria Esportiva". Porque paixão é paixão e não se explica, não se racionaliza, se sente. E se curte. Sim, eu sei que serei capaz de me comover às lágrimas até com a superação de um atleta que não seja conterrâneo, como já me aconteceu inúmeras vezes.

Mas é preciso que se diga que mais que em Atlanta, quando os Jogos Olímpicos modernos comemoraram cem anos e a Coca-Cola alijou Atenas de recebê-los num crime contra a história, esta edição chinesa é um soco em quem associa o esporte à saúde e à liberdade. Lamento sentir assim, mas quem viveu a inesquecível festa de Barcelona-1992, cujos equipamentos até hoje são utilizados por quem os pagou, os catalães, além da hospitalidade que recebeu o mundo tão bem, não pode engolir Pequim-2008.

10.8.08

"Computadores são femininos", diz cientista

De acordo com a revista Nature Chemical deste mês, um cientista polonês, Manuel Joaquim Vieira de Souza, descobriu que “computadores são femininos”.

A nova descoberta se baseia nos seguintes princípios:

* Sempre que se arranja uma máquina, logo aparece outra melhor.
* Ninguém é capaz de entender a sua lógica.
* É difícil entender as mensagens que nos dão.
* Depois que você consegue uma, ela gasta metade do seu salário em acessórios.

3.8.08

Quadrinhos do Jornal da Lua

Lana Esthevlana mandou uma historinha:

" - Por que o Batman colocou o Batmóvel no seguro?

- Porque ele tem medo que Robin."

E eu lembrei de outra, do tempo em que os Beatles estavam no auge:

"- Alô, George, o Ringo Starr?

- Não, Ringo foi Paul McCartney no correio.

- Para quem?

- Para John!

- John? Mas John não sabe Lennon!"

28.7.08

Extra! Extra! YVONNE VOLTOU!

Depois de minha entrada na blogosfera, em 1º de abril de 2007, dia universal da mentira, muitas vezes ouvi essas perguntas:

- O que diferencia um blog bom de um blog ruim?

- Como faço pra ser um bom blogueiro?

E eu sempre dava a mesma resposta:

- Vai lá no blog da Yvonne, pra você ver o que é um bom blog. Depois, dá uma circulada por aí, que vai encontrar facilmente milhares de blogs que vão ter uma vida muito curta e não vão deixar saudades em ninguém.

E essa afirmação nunca foi uma mentira!

Yvonne opina sobre os mais diversos assuntos. Mesmo quando discordamos, o que, no meu caso, é raro, sua abordagem nos faz apenas refletir, e, muitas vezes, é diversão garantida.

Por isso, sua ausência da blogosfera, por questões pessoais, deixou tantos fãs com saudades. Na tentativa de preservar este talento, o Jornal da Lua a convidou para aqui postar sempre que tivesse vontade. Ela aceitou e faz parte da redação. Menos mal. Porém, a melhor notícia de hoje é que ela volta.

Resolveu reativar o seu blog.

Leiam aqui um pequeno trecho do post que marca o seu retorno, onde ela fala sobre a festa de dois anos do blog, com a presença dos blogueiros que sempre a acompanham e admiram:

"Cadê o meu álbum de fotos que eu mostrei para a Betty? O que faz essa latinha de cerveja no fundo do box do banheiro? Teria sido obra do Ricardo Rayol? Luma, cadê você? Eu me lembro vagamente que, a última vez que nós conversamos, você estava fula da vida comigo, porque o Jens estava contando uma história cheia de sacanagens, e eu, para não ficar de fora, acrescentei mais detalhes sórdidos ainda.

DO, não vi você indo embora, falei algo que causou mágoa? Grace, é impressão minha ou você estava na minha festa de comemoração dos dois anos do blog? Eu poderia jurar que neste momento você está na Suécia, mas quando vi você conversando alegremente com o Bill, fiquei na dúvida."

O post completo está aqui.

A grande notícia de hoje é esta: YVONNE VOLTOU!!!

21.7.08

Millôr no país das maravilhas


Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos & molhados.

Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem.

Se é gostoso, faz logo. Amanhã pode ser ilegal.

Certos escritores se pretendem eternos e são apenas intermináveis.

O dinheiro não é tudo. Tudo é a falta de dinheiro.

O homem é o câncer na natureza.

Dizem que, quando o Criador criou o homem, os animais todos em volta não caíram na gargalhada apenas por uma questão de respeito.

Eu posso não ser um bom exemplo. Mas sou um bom aviso.

De todas as taras sexuais, não existe nenhuma mais estranha do que a abstinência.

Nos momentos de perigo, é fundamental manter a presença de espírito, embora o ideal fosse conseguir a ausência do corpo.

O cara que completa 80 anos está, evidentemente, vivendo acima de seus recursos.

O sujeito que me fará acreditar na imortalidade da alma ainda está pra ressuscitar.

Os corruptos são encontrados em várias partes do mundo, quase todas no Brasil.

O mal do mundo é que Deus e o Diabo envelheceram, mas o Diabo fez plástica.

O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas.

Quando uma ideologia fica bem velhinha, vem morar no Brasil.

O maior erro de Noé foi não ter matado as duas baratas que entraram na Arca.

Monogamia é a capacidade de ser infiel à mesma pessoa durante a vida inteira.
Frases e ilustração de Millôr Fernandes

14.7.08

Existe um segredo em "O Segredo"?


Lana Esthevlana
REPÓRTER DE LUXO


Ultimamente eu tenho ouvido muito essa filosofia do "Segredo", que diz que "se você pensar em coisas positivas, atrairá coisas positivas". Bem, eu não li o livro de auto-ajuda e nem vi o filme/documentário, ou o que quer que tenha sido, então não sei se é realmente isso que é falado, mas a questão é a seguinte: já ouvi alguém dizer: "Positivo atrai positivo. Por isso pense em coisas boas e você terá coisas boas."

Mas, assim, quimicamente falando, isso é um erro enorme. Positivo repele positivo e atrai negativo. Não sei se essa filosofia de auto-ajuda do "Segredo" é baseada na química. Se não for, beleza. Realmente não tem nada a ver. Mas, se for, em que escola essas pessoas estudaram? É porque muitas "filosofias" que usamos em nossas vidas são baseadas na química, física e matemática, como, por exemplo, "toda ação provoca uma reação contrária e de mesma intensidade", para te convencer que não se faz com os outros aquilo que não queremos que façam conosco (e eu concordo, mas baseada principalmente no respeito).

E até mesmo o famoso e já citado "os opostos se atraem", para explicar o porque você se apaixonou por aquele(a) filho(a) da puta safado(a) idiota que não te merecia. Eu estou realmente querendo saber a base dessa super filosofia que resume todos os problemas da sua vida a pensar positivo ou negativo, e, assim, tornar você feliz para todo o sempre. OK, eu sei que menosprezei completamente a idéia e tal. Por favor, não me atirem pedras e nem me sequestrem para torturar ou coisas do tipo.

Tudo bem que eu deveria ter lido o livro ou visto o filme/documentário, mas já ouvi tantas pessoas falando a respeito que inevitavelmente acabei formando meu conceito a respeito da obra. Mas é que eu odeio profundamente tudo o que simplifica ao extremo nossas vidas. Então, pelo que há de mais sagrado: vamos cair na real?

E, pra encerrar, um diálogo legal que ouvi numa pracinha aqui perto de casa:

- Mamãe, me responde uma coisa?

- Claro, filho. O que foi?

- Mãe, se Deus nos dá o que comer, a cegonha traz os bebês e o Papai Noel os presentes no Natal, posso saber pra que serve o papai?

- ...

Essas crianças estão cada vez mais espertas, não é mesmo?

Lana Esthevlana também pode ser encontrada aqui.

7.7.08

Dr. Bruegel atende

Prezado dr. Bruegel - eu não sei o que acontece e porque as coisas acontecem assim, mas eu me identifico pra caramba com você. Nem sei como é seu rosto e, nessa época de psicopatas pela internet, nem sei se você é realmente quem diz ser (paranóica), mas não tem problema não. O negócio é o seguinte: você me lembra liberdade.

Na vida, tudo passa? Ninguém é de ninguém? Até quem nos abraça? Não há recordação que não tenha seu fim? Ninguém é de ninguém, o mundo é mesmo assim? Já tive a sensação que amava com fervor... Já tive a ilusão de ter um grande amor. (LYY - RJ)

Prezada LYY - a flor do meu bairro tinha o lirismo da Lua. Morava na minha rua, num chalé fronteiro ao meu. Eu conheci o seu primeiro amor, a sua primeira dor, e o primeiro erro seu. Lembro-me ainda, o bairro inteiro sentiu: a flor ingênua sumiu, com seu amor, o seu rei. E eu, que era seu primeiro namorado, de tão triste e apaixonado, nunca mais me enamorei. Hoje, depois de alguns anos, encontrei-me com ela, na rua dos desenganos, menos ingênua e mais bela. Ela, fingindo desejo, a boca me ofereceu. E eu paguei por um beijo que no passado foi meu.

A minha história é vulgar, LYY, mas algo fica provado: nem sempre o primeiro amor é o primeiro namorado.

30.6.08

Reunião de Pauta


Tragédia em um ato. Ou dois.


Noite. Redação do Jornal da Lua. Entram Bruegel, Bill, Chico PF, Apulcro, Gudesteu e Patty Moon.


Bill – Precisamos fazer um post curto, senão Amanda Bia não vai ler.

Apulcro – Mas a Mah, do Infinito, gosta.

Gudesteu – Gosta dos dela! Dos outros, a gente não sabe.

Bruegel – Vamos ligar pra Araçatuba agora...

Chico PF – Assunto é o que não falta! A OEA discute “soberania”, enquanto os reféns das FARC morrem de fome e solidão! Alguém viu se o André Wernner falou sobre isso?

Apulcro - E o Rayol, no Indignatus? Vamos ver o que ele diz hoje.

Gudesteu – Que tal Barack e Hillary juntos contra os republicanos?

Chico PF – Sim, e é claro que vamos ficar com eles, em vez dos republicanos, certo?

Patty Moon (para Bruegel) - Só uma coisa eu sei de verdade, que eu amo você e que você é importante demais pra mim, tá?

Entram Deb e Lana Esthevlana.

Deb (para Bill) – Chefe, a Lana chegou! Vocês já se conhecem pessoalmente?

Bill – Sim, já dormimos juntos!

Todos – Oooooooooohhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Bill – Você não se lembra, Lana?

Lana – Anh??? Er... O....

Bill – Foi durante um discurso do Eduardo Suplicy, lembrou agora?

Todos – Aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Bill – Foi quando conheci a Lana. Estávamos cobrindo uma CPI no Senado e acabamos dormindo. Fomos acordados por um assessor, nos convidando pra comer uma pizza com o pessoal.

Apulcro – E vocês foram?

Bill – Todo mundo foi! Pra Pizzaria Alvorada! Pedi uma calabresa.

Lana – Não lembro o que pedi! O discurso do Suplicy me deixou morrendo de sono! Que CPI era mesmo?

Bill – Também não lembro! Mas foi lá que nos conhecemos, você me falou do seu blog, conversa vai, conversa vem, acabei te contratando hehehe!

Lana – É! Foi assim!

Chico PF – Bom, já que estão todos aqui, vamos decidir qual será o assunto de nosso próximo post.

Gudesteu – Lembrem que a Amanda Bia não gosta de posts longos.

Bruegel – Vamos ligar pra Mah e pedir uma opinião! E também pra Maristela!

Apulcro – Maristela agora sustenta três blogs! A Mah também!

Chico PF – Só perdem pro Rayol! Sete Blogs!

Gudesteu – A Tita Coelho também tem sete blogs! Ou oito!

Patty Moon (para Bruegel) - Só sei que você me faz tão bem e isso me basta.

Bruegel (para Patty Moon) - Meu amor por você não passa! Se isso é contrariar as leis da natureza, então eu as contrario, sim!

Patty Moon (para Bruegel) - Você é minha tatuagem invisível.

Bill (na janela) – GUARDAS!!! GUARDAS!!!

Entram Pepe Legal e Babalu.

Pepe Legal – Pronto, grande chefe!

Bill – Não, não chamei vocês! Olhem ali! Tem dois guardas multando o carro do Chico! Estacionou em lugar proibido de novo? Bom, já que vocês estão aqui, vão lá e avisem que o Chico já vai tirar o carro!

Babalu – Mas, chefito, eu pensei que...

Pepe Legal – Aqui quem pensa sou eu, Babalu! E nããããooo se esqueça diiiiiiiiiissooo!

Babalu e Pepe Legal saem.

Bill (na janela) - Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz, ou pegar-me em armas contra o mar de angústias - e, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir; Só isso. E com o sono - dizem - extinguir dores do coração e as mil mazelas naturais a que a carne é sujeita; eis uma consumação ardentemente desejável. Morrer - dormir - dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte quando tivermos escapado ao tumulto vital nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão que dá à desventura uma vida tão longa.

Gudesteu – Será que a guerra no Iraque vai continuar?

Apulcro – Com Obama? Creio que não.

Chico PF – Mas as guerras nos morros do Brasil nunca têm fim!

Gudesteu – Vivemos num mundo cheio de máquinas. E somos mais felizes do que nossos pais, nossos avós?

Chico PF – O mundo já passou por sacrifícios muito maiores!

Patty Moon (para Bruegel) - Amor meu, preciso ir.

Bruegel – Já cansou?

Patty Moon – Never, my love. Chegará um dia em que não precisarei dizer tchau!

Bruegel – Pessoal, Patty Moon precisa ir agora.

Chico PF – Quer deixar alguma sugestão de pauta?

Patty Moon - Bem que tentam rotular o amor, dizendo quando, como e onde ele pode acontecer, por quem podemos sentir amor e como senti-lo. Ah! Mas não podem e nunca vão conseguir. Nenhum poeta, escritor ou compositor conseguirá realmente expressar o que é o amor. Tentam, às vezes chegam perto, mas só sabe quem sente. Quem ama. Passar para o papel algo tão profundo faltaria e sempre falta, é mais do que podemos explicar. Por isso que o amor é tão divino e especial. Ele é mistério. Acontece inexplicavelmente e penetra as vísceras até encontrar a alma. É melhor amar, amando você é rico. Sofre quando não correspondido, mas ama. Há maior dádiva do que amar? Ser amado é bom, mas amar nos torna incríveis. Amor é um sentimento único. Quando se ama, é sempre pela primeira vez e não importa quantas vezes já amou, magoou ou foi magoado. É entregar-se profundamente. O beijo tem gosto de primeira vez. O primeiro encontro, as primeiras palavras. O amor pode durar um dia, uma hora, meses ou anos. Bom seria se fosse pra sempre. O importante é não medir o amor. Não se mede sentimento. Não há quilômetros, litros, metros que faça o amor ser menor ou maior. Cada um sente da forma que lhe toca o coração. Há amores silenciosos, calados, eufóricos, íntimos. “Amores serão sempre amáveis”. Uma certeza eu tenho nessa vida, amarei sempre. Haverá sempre amor em mim. Muito amor.

Bruegel – É um grande tema. Sempre é. Vamos tentar desenvolver. Se não for hoje, será em outro post.

Patty Moon – Tenho mesmo que ir. Adeus!

Bill – Até logo! Adeus parece tempo demais!

Patty Moon – Então, até logo!

Patty Moon sai.

Gudesteu – Lembrem que Amanda Bia não vai ler...

Bill – Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo, a afronta do opressor, o desdém do orgulhoso, as pontadas do amor humilhado, as delongas da lei, a prepotência do mando e o achincalhe que o mérito paciente recebe dos inúteis, podendo ele próprio encontrar seu repouso com um simples punhal? Quem agüentaria fardos gemendo e suando numa vida servil, senão porque o terror de alguma coisa após a morte - o país não descoberto, de cujos confins não voltou jamais nenhum viajante - nos confunde a vontade, nos faz preferir e suportar os males que já temos, a fugirmos para outros que desconhecemos? E assim a reflexão faz todos nós covardes. E assim o matiz natural da decisão se transforma no doentio pálido do pensamento. E empreitadas de vigor e coragem, refletidas demais, saem de seu caminho, perdem o nome de ação.

Lana - Atenção, ouve bem, mundo triste e cruel! Os teus erros eu vou corrigir, tu verás! Todo homem debaixo do céu vai amar, vai sorrir, vai cantar! Venho a esse mundo mudar e irei pelo mundo em busca de um sonho... Até esse sonho encontrar!

Cai o pano.

FIM. Ou fim do primeiro ato.
Os blogueiros presentes receberam uma ligeira mãozinha de Shakespeare, Lima Barreto e Miguel de Cervantes.