lobo e lua

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15.8.09

Woodstock - 40 anos


Nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969 aconteceu o mais importante festival de rock de todos os tempos: Woodstock, em uma fazenda nos arredores de Nova York. Durante aqueles três dias, estiveram no palco alguns dos maiores nomes da música pop/rock, como Jimi Hendrix, The Who, Ten Years After, Country Joe, Santana, Joe Cocker, Joan Baez, Janis Joplin, Creedence, Crosby, Stills, Nash & Young, Richie Havens e Grateful Dead.

Sabe-se que outros nomes importantes foram convidados, como John Lennon, Bob Dylan e The Doors, mas, por motivos diversos, não puderam estar lá. Tudo bem! Os artistas que estiveram no palco de Woodstock fizeram História, com "H" maiúsculo!

Cerca de 500 mil pessoas compareceram. Foi uma loucura, pois ninguém imaginava que tanta gente fosse pra lá. No entanto, o resultado final fez justiça ao slogan que imortalizou o Festival: "Três dias de paz, amor e música". Nenhuma violência foi registrada.

O filme sobre Woodstock, lançado em 1970, com três horas de duração, mostrou a grandiosidade do evento. Por questões contratuais e também porque seria impossível registrar todos os artistas que se apresentaram, vários deles não apareceram no filme, como Janis Joplin e Creedence.

Agora, 40 anos depois, essas lacunas começam a ser preenchidas. Novos filmes, discos e livros já chegaram ou estão para ser lançados. As novas gerações vão poder entender melhor o que era aquela "Revolução Hippie", aquela "Contracultura", expressões muito usadas na época e que significavam uma mudança de atitude dos jovens em relação a um sistema de vida opressor e que só criava guerras mundo afora, como a do Vietnã.

"Make Love, Not War" era outro slogan dos Anos 60. Criado por jovens que nasceram durante ou logo após a Segunda Guerra Mundial. Que cresceram ouvindo e dançando o rock and roll, um tipo de música detestado pela geração anterior.

Em 1970, o genial John Lennon cantou, em uma de suas músicas ("God"): "O sonho acabou". Sim, a década de 1960 chegava ao fim, a música e seus artistas não conseguiram mudar o mundo, mas foi o mesmo Lennon que, no ano seguinte, cantou novamente: "Você pode pensar que eu sou um sonhador, mas não sou o único" (em "Imagine"). Sim, o artista é contraditório, mas expressa seus sentimentos no momento. O sonho acabou, mas depois retornou.

Porque Woodstock não ficou perdido na poeira do tempo. Prova disso é que hoje, 40 anos depois, toda a mídia fala do Festival. Na internet, no rádio, na televisão, nas revistas, nos jornais, nos livros, no cinema, a mensagem daqueles três dias em Woodstock permanece viva. É preciso sonhar com um mundo melhor. E a música é um excelente veículo para expressar este sonho.

9.8.09

Ideias geniais

Lana Esthevlana
COLUNISTA ANTI-SOCIAL

Eu gostaria imensamente de fazer parte da população economicamente ativa, mas encontrar um emprego é mais difícil do que eu pensei. Sabe, você vê as estatísticas desesperadoras do telejornal, jornal impresso e dos livros de Geografia atualizados e pensa: “Pff, isso deve ser lenda.” Mas não, não é.

O que eu queria mesmo, do fundo do meu coração, era ter uma ideia genial. Sabe, aquela sacada brilhante que você diz: "Putz! É isso!", e logo em seguida fica podre de rico (sim, sim, sou capitalista selvagem).

Mas ter esta tal ideia me desanima. É que não é fácil achar sócios pra ela, e, quando se encontra esses sócios, o mais difícil é convencê-los de que esta ideia é realmente genial, original, visionária, produtiva e rentável (até porque meus mais prováveis sócios em potencial estão sem um puto no bolso...).

Aliás, os gênios sempre são incompreendidos. E sempre serão, acredito eu. Tenho certeza de que Einstein tinha aquele cabelo incrivelmente cool porque os repuxava de frustração, já que ninguém acreditava nele. Isto para não citar Van Gogh, que cortou a própria orelha.

Gênios só são reconhecidos quando morrem, e eu não quero isso. Quero desfrutar de minha fama e sucesso em vida. Podendo andar de limusine pra cima e pra baixo e beber champanhe na hora que eu bem entender (isso tá mais pra diva do que pra gênio, mas quem se importa?).

Pelo visto, vou continuar minha vida de garota normal que sonha com um mundo idealizado, onde todos são ricos, bonitos e falam cinco idiomas fluentemente... (?)

Er... Esse não é meu mundo idealizado, mas por hoje tá valendo!

Depois que nos enviou este post, Lana encontrou um emprego. Confiram aqui.

1.8.09

"Amigos" virtuais

Yvonne Dimanche
CORRESPONDENTE

Descobri que tenho um monte de amigos virtuais. Uma tal Caroline Andrade me enviou 85 mensagens para dizer que as fotos ficaram maravilhosas. Não sei bem que fotos foram essas, mas acredito que devam estar lindíssimas. Há uns quatro anos, recebia diariamente uma propaganda de uma firma que me garantia que o meu pênis iria crescer. Não fiz o tratamento, mas agora um monte de gente me envia mensagens afirmando que eu posso tomar Viagra para ficar mais potente.

E cartões da UOL? Recebo vários por dia e deve ser de algum fã tímido, porque não consta o nome do remetente. Pode ser esse fã que me alerta que o meu nome está no SERASA e que estou devendo uma conta de telefone da TIM. Deve ser um aparelho para me comunicar com os espíritos do além, já que o meu celular é da Claro. Zeloso, esse meu apaixonado da minha situação financeira. Quando eu fizer o recadastramento da minha conta a pedido de inúmeras mensagens que recebo do Bradesco, darei a minha senha para que ele possa acertar as minhas dívidas.

Mas uma das coisas que mais tem me dado felicidade são os inúmeros amigos estrangeiros que tenho espalhados pelo mundo. Todos os dias recebo mensagens com "Hi", "Hello" ou algo do gênero. Um dia desses, recebi inclusive umas dez mensagens escritas em mandarim (acho eu). Antes de ontem, foi uma em hebraico, parece. Brincadeiras à parte, eu me pergunto o motivo do Hotmail, do Yahoo e outros não serem mais rigorosos com esses spams.

Uma coisa que me impressiona é a criatividade da turma do "Mal". Todas as vezes que se inventa uma coisa diferente, que pode fazer um enorme bem para a sociedade, aparece alguém que imediatamente transforma aquilo em uma arma, no sentido literal ou figurado. Foi assim com o avião, que depois foi utilizado para jogar bombas. A Internet tem se tornado a cada dia que passa um perigo sem precedentes, divulgando pedofilia, dentre outras barbaridades. A facilidade que temos de fazer qualquer transação bancária pelo computador também pode se tornar um transtorno. Os bancos têm lançado mão de recursos para impedir problemas com nossas contas, mas o hacker é sempre mais esperto. Está sempre um passo adiante.

Acho legal que existam grupos em que pessoas com características comuns procurem o seu espaço para troca de ideias ou até mesmo relacionamento de amizade ou sexual. O problema é quando essa característica é ilegal ou coloca em risco a vida de terceiros que não pediram para participar da brincadeira, como é a pedofilia. Todas as vezes que recebo fotos de crianças possivelmente sequestradas, eu sempre telefono para o número indicado para saber se a notícia procede, ainda que possa ser uma ligação interurbana. Apenas uma única vez recebi uma resposta positiva. A propósito, ninguém atende ao telefone. É tudo mentira e o(a) engraçadinho(a) não teve dó nem pena de mostrar a foto de uma criança que fica conhecida em todo o país. É muita sacanagem.

A impressão que eu tenho é que aquela famosa frase "não faça com os outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você" perdeu completamente o sentido. Se vocês repararem bem, isto também é um ato de violência, só que mais sutil. E nós, que moramos em grandes centros (ou perto deles), além de termos toda a preocupação do mundo com relação à nossa segurança física, não podemos ficar tranquilos para curtir o computador. Triste tempo o que vivemos.

Durante alguns anos, Yvonne editou um dos melhores blogs que conhecemos, o BlogGente. Hoje se dedica a outras atividades. De vez em quando, o Jornal da Lua vai republicar alguns de seus posts, para conhecimento dos novos blogueiros e também como uma forma de homenagear esta verdadeira amiga virtual.