lobo e lua

lobo e lua

4.10.10

Um amor de 40 anos

Pode um amor durar 40 anos? Ou mais? Sem ficar antigo, sem envelhecer? Pode alguém esperar tanto tempo pela volta desse amor? Pode alguém acreditar que príncipes e princesas não vão virar sapos? O amor de um menino e uma menina pode continuar brilhando como uma pérola quando eles se reencontram muitos anos depois?

É possível sofrer por alguém na juventude e depois sorrir ao lado dessa mesma pessoa anos depois? É possível amar e ficar quietinho, sem que a pessoa amada saiba desse amor? Quantos tipos de amores você conhece?

Aquele amor que escrevia cartas e não entregava? Que te olhava de longe e você não percebia? Que fazia redações no colégio pra você, mas você nunca leu?

Janis Joplin, em sua curta carreira profissional (1967-1970), conseguiu cantar sobre quase todos os tipos de amores. Ou todos, quem sabe? O tempo foi pouco, mas ela se entregava de tal forma às canções que seu estilo marcou não apenas uma geração. Marcou a arte de cantar. De uma forma que só ela sabia.

Janis morreu aos 27 anos, no dia 4 de outubro de 1970, pouco depois da morte de outra lenda do rock, Jimi Hendrix, em 18 de setembro. Era o anúncio do fim da era Flower Power. O fim de um sonho.

Mas quem disse que não devíamos mais sonhar, John Lennon, no ano seguinte voltou pra dizer que era sim um sonhador e você devia imaginar um mundo melhor. Como nas canções de amor de Janis. Que cantava a solidão e a dor, mas também a esperança de que o amor perdido no tempo pudesse um dia ser encontrado. Ela tinha o apelido de Pearl, Pérola. E então não morre.

Brilha para sempre.