lobo e lua

lobo e lua

31.5.07

Dr. Bruegel responde

Dr. Hieronymus Bruegel
Especialista em corações partidos

Prezado dr. Bruegel: meu broto me avisou que ia estudar, e ao cinema eu fui me distrair. Ao chegar, nem quis acreditar: eu vi meu bem sentado com alguém bem em frente a mim! Os dois agarradinhos eu notei, a minha melhor amiga me traiu! Trocavam beijos e eu quase morri! Do príncipio ao fim do filme eu chorei. Filme triste, que me fez chorar! E ao chegar em casa, mamãe viu os meus olhos vermelhos de chorar. Abraçada a ela eu expliquei que o filme foi tão triste que eu chorei. (Evinha sem Adão - Paraisópolis)

Prezada Evinha: se você perdeu um amor, como eu, alguém que você nunca, jamais, entendeu, pra que lamentar o que aconteceu? Há um outro alguém esperando você! Há um alguém na multidão, que vai lhe adorar com devoção! Há um alguém na solidão, que vai lhe entregar com amor o seu coração. Se a vida tem sido má pra você, e o destino ingrato lhe faz padecer, não chore nunca mais, você vai ser feliz. Preste atenção nesses versos que eu fiz: há um alguém na multidão, que vai lhe adorar com devoção. Há um alguém na solidão, que vai lhe entregar com amor o seu coração!

28.5.07

Alô, alô, tem alguém aí?

Stephen Kanitz

Eu odeio ter de ligar para o meu cartão de crédito, para o meu provedor de serviços telefônicos, para o meu provedor de celular e para a grande maioria das empresas que têm mais de 3.000 funcionários, mas não têm como contratar uma única telefonista. São empresas que dizem prezar o "relacionamento" com o cliente e começam com uma gravação que, sem um bom-dia sequer, vai logo ditando ordens e instruções.

"Se você é cliente com conta atrasada, disque 1. Se você é empresa jurídica, disque 2. Se você é um novo cliente, disque 5. E, se não for nenhuma das alternativas acima, dane-se!" Meus problemas começam aí, porque infelizmente comprei um Euroset da Siemens, que possui tudo que é tecla, menos a tecla “tone”, e aí preciso sair correndo usar o Panasonic do meu vizinho.
Eu sempre começo discando o 5, na suposição de que irão tratar melhor um cliente em potencial do que um cliente antigo. Ledo engano, logo me transferem para um departamento chamado "Todos os nossos atendentes estão ocupados".

Durante a longa espera, uma gravação pede: "Favor digitar o número do seu cartão de crédito, o número do seu protocolo de reclamação, o seu CEP, CPF e RG, bem como o nome completo de solteira da sua mãe". Só que a primeira voz humana que aparece pede para eu repetir tudo novamente. Quem manda obedecer a uma gravação? Pior é quando uma empresa telefônica pede para digitar o número de seu telefone e DDD. Se nem a sua própria empresa de telefonia sabe o seu número de telefone, você está na empresa errada.

Não desperdice o valioso tempo do atendente reclamando dessa hora de espera perdida. Você só tem cinco segundos, lembre-se de que o tempo precioso é o DELE, e é melhor usar os segundos para fazer a reclamação que realmente precisa ser feita. Passou do tempo, a linha cai. Apesar de eles terem o seu número de telefone no cadastro, jamais telefonarão de volta. Eles simplesmente não têm tempo para isso, o desocupado nessa história é você. Na sua nova ligação nem tente solicitar ser atendido pela mesma pessoa que já sabe o seu CPF e RG, porque não transferem.

O tempo precioso, repito, é o deles, e já estão atendendo outra ligação. O que a maioria das pessoas não sabe é que você nem sequer está conversando com um funcionário da empresa que lhe presta serviços. Você está conversando com uma empresa especializada, terceirizada, que pesquisou anos a fio a melhor forma de tratar você. É o melhor que eles conseguem. Não adianta pedir para falar com o presidente da empresa, porque eles estão a quilômetros de distância, e de propósito. Você é tão insignificante que falar com você foi considerado um serviço não essencial, por isso você foi terceirizado para uma outra empresa.

Lembre-se de que o atendente e seu supervisor já ouviram todo tipo de desaforo possível antes de você disparar os seus. Eles são totalmente imunes. Todos já ouviram coisas muito piores do que as que você jamais seria capaz de dizer, e você só estará aumentando a sua pressão arterial à toa. Ultimamente eu tenho tido mais sorte ligando para o departamento de acionistas do que para o departamento de atendimento ao cliente. Dou um número de acionista qualquer e comento o que pretendo dizer na Assembléia dos Acionistas sobre a não-solução do meu problema. Como muitos presidentes dessas empresas estão mais preocupados com suas stock options do que com seus clientes, tratarão melhor você como acionista do que como cliente.

Em vez de ameaçar cancelar o serviço, que é outra via-crucis que poucos conseguem completar, ameaço escrever a todos os analistas de bolsa que acompanham os papéis da empresa, recomendando que vendam as ações de companhias que nem se importam em dizer "alô" a seus clientes. Não adianta ameaçar "ir para a imprensa". O tratamento é exatamente igual. O que funciona é ameaçar ir para a próxima reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais, a Apimec. Aí, eles tremem na base.

O pior é que no futuro tudo isso só vai piorar. Essas empresas de telemarketing serão um dia substituídas por outras de bem mais longe, em Goa, na Índia. E ficaremos felizes em ser recebidos com sotaque português. No fundo, você é feliz e não sabe. Você simplesmente não imagina o futuro que nos espera.

Stephen Kanitz é formado pela Harvard Business School (www.kanitz.com.br)
Revista Veja, Editora Abril, edição 2004, ano 40, nº 15, 18 de abril de 2007, página 22

25.5.07

Coluna anti-social

A festa na casa do Madruga
(Francisco Freitas)

E aí, rapaziada, cumé qui tão aí? Nóis tá jóia, e ôceis? Olhaí, pessuár, o rango foi beleza antis de onti a noite lá no barraco do Madruga. Nóis pegô uns pescosso de pirú e feis um jantá muito do legar, tão sabendo? Só entrô a nata da arta suciedadi locar, tudo amigu di nóis, ôceis sabi de quem nóis tá falano, nun sabi?
Pur exemplu: ôceis lembra aí du Tuninhu 7 Vida? Aquele, fio da dona Santinha, qui foi presu no carnavá de 87, sortu no carnavá de 89 e adispois foi presu mais ôtra vêis no carnavá de 93? Diz o pessuár lá de riba, onde nóis mora, qui o Tuninho foi presu di novo nu ano paçado, mais ninguêm daqui viu nada, pode sê só cunversa desse povu aí. Nóis, aqui de riba, nun viu nadinha, mais ten uns pilantra por aí que fica falandu esses troçu, nóis nun podi falá si foi ô si nun foi! Bão, qui si dane! U que nóis sabi é qui o Tuninho, qui ten o pilido de 7 Vida pru causo di qui foi pará 7 vêz no uspital pru causa de levá xunbo, e nun morreu, o fela das unhas... intão, essi Tuninho apareseu lá no barracu do noço Madruga. Uzava uma carça marron disbotada, toda suja de lama, un sapato pretu nu pé isquedu e un sapatu marron no pé dirreito. Paricia qui un era maió du qui o ôtro tamém. Bão, eu fiquei arreparando nu cara, todu arrebentadu di bala, e inda di pé, inchendo a cara de goró e querenu garrá a Zildinha, a fia da dona Ingraça, que lava rôpa lá na casa do dotô Maxado.

Eu num lembru muito bem du qui qui foi qui acomtesseu adispois. Tumei un gole duma pinga isquisita, nunca tumei antis, e cordei agurinha agurinha, cun a muié du Biu mi mandano preça maquina e contá cumo é qui foi a festa lá no barraco du Madruga. Mais eu só alembro inté a ora qui xegô u Tuninho e mi dero a pinga. Si eu alembrá u qui qui ôvi adispois, eu vorto aqui e contu procêis, tá bão? Intão, inté. Nóis vorta mais tardi, tá bão?

Controladoria diz que vai controlar controladores

A Controladoria-Geral da União anunciou hoje que, a partir da próxima semana, manterá um controle extremamente controlador sobre os controladores de vôo. O anúncio foi feito pelo próprio ministro do Controle, marechal Mascarenhas de Morais. Segundo o marechal, ele já não aguenta mais as queixas de sua sogra em relação aos constantes atrasos e cancelamentos de vôos. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Lua, o ministro controlador disse que dona Joaquina, sua sogra, não conseguiu viajar nos últimos feriados "por culpa dos controladores, que não controlam nada".

Mascarenhas de Morais afirmou que, "no Dia de Santo Antônio, os controladores vão ter que controlar os vôos. No Carnaval, minha sogra não conseguiu nos visitar porque o avião não decolou. Na Páscoa, também não conseguiu passar o feriado conosco, porque os controladores entraram em greve. No Dia de Santo Antônio, ela disse que vem de qualquer jeito, nem que tenha que dirigir o avião. Por mim, os controladores podem entrar em greve de novo. Assim, fico livre dessa velha fofoqueira. Mas, meu filho, não publica essas minhas duas últimas frases não, tá certo?"

Crianças passeiam pela cidade

Um fato inusitado abalou a opinião pública no dia de ontem. A.N.S., de 8 anos; Z.P.O. e M.H.L., de 9 anos, conseguiram um feito extraordinário, que deixou juízes, promotores, advogados e guardas municipais em verdadeiro estado de choque.

As três crianças atravessaram, tranquilamente, cantando e brincando, quatro bairros da Zona Sul e chegaram até o Centro da cidade, onde foram detidas e levadas para interrogatório. Na Delegacia Especializada em Direitos de Crianças e Adolescentes, as três crianças, filhas de tradicionais famílias, tiveram que explicar como desafiaram a Lei e os diversos bandidos e psicopatas que perambulam pelas ruas de nossa capital.

M.H.L. explicou ao delegado Armando Guerra que o objetivo delas era apenas sair pulando e cantando pela cidade, sem um destino definido.A explicação não convenceu o delegado Guerra, que imediatamente telefonou para os pais das crianças, exigindo uma versão convincente dos fatos. Para o representante da Lei, tudo indica que as crianças fugiram de lares minados por desavenças internas. "Vemos muitos casos em que cães de estimação, e até gatos siameses, fogem para locais longe do barulho causado por panelas atiradas por esposas furiosas em maridos relapsos e outros tipos de confusões."

Para o delegado, tudo indica que as crianças iam pedir dinheiro pelas ruas do Centro. No entanto, os investigadores que cuidaram do caso estranharam que elas andassem com altas somas de dinheiro nos bolsos e nas bolsas. "É a nossa mesada", disse A.N.S., em outra declaração que desagradou visivelmente o delegado Armando Guerra. "Quem pode ser assim tão maluco de colocar a mesada no bolso e sair cantando e pulando pelas ruas de uma cidade perigosa como essa?", disse o homem da Lei.

As crianças ficaram detidas, esperando os pais, enquanto o delegado Guerra teve que atender a uma outra chamada: uma denúncia anônima levou policiais até o Parque Municipal, onde um casal de idosos era suspeito de andar pelas alamedas, observando e fazendo comentários sobre os pássaros. "A situação está ficando insustentável", declarou o delegado Guerra, pouco antes de entrar na viatura. "Ninguém mais respeita a Lei. Depois querem que a polícia resolva sozinha todos os problemas. É preciso conscientizar a população", finalizou o delegado, partindo para mais uma perigosa missão em defesa dos interesses da sociedade, que exige, além de comida e arte, ordem, progresso e o desaquecimento global, principalmente no verão.

20.5.07

Corações partidos

Dr. Hieronymus Bruegel
Especialista em corações partidos

Dr. Bruegel: nunca gostei de trabalhar, sempre achei que esse negócio é coisa de otário. Basta ver que os trabalhadores acordam de madrugada, pegam ônibus lotado, dão duro o dia inteiro e, no fim do mês, ganham uma mixaria danada. Já os engravatados, que contratam esses camaradas aí, trocam de carro todo ano, viajam pro exterior e, pior de tudo, ainda debocham dos trabalhadores quando estão enchendo a cara nas festinhas que fazem em suas mansões. No entanto, arrumei um emprego aí e agora tô gamado pela secretária. Passei até a gostar de trabalhar, só pra ir lá e paquerar a secretária. O que o senhor pensa disso? (Malandro Trabalhador - Itabuna - Bahia)

Prezado Malandro Trabalhador: na vida, existem dois tipos de otários, e não apenas um, como você pensa. O primeiro tipo é esse mesmo que você citou, vai trabalhar a vida toda e não vai ter nem onde cair morto. Já o segundo tipo cai na armadilha preparada pelos engravatados. Observe que eles sempre colocam aqueles anúncios nos jornais, pedindo mulheres de "boa aparência", não é? Essas mulheres de "boa aparência" são uma isca, tanto para os clientes deles quanto para malandros que fingem trabalhar, como é o caso de sua digníssima pessoa. Pra ver aquela mulher boa todo dia, os clientes sempre voltam e os funcionários não ficam inventando desculpas de que foram ao médico ou ao enterro da tia em Feira de Santana. No final, ela vai casar é com um dos clientes ricos do teu patrão, mas tu só vai descobrir isso daqui a alguns anos, quando teu patrão resolver te trocar por um cara mais novo, pra poder pagar menos, tá sabendo? Enfim, como dizem os espanhóis, c'est la vie!

Dr. Bruegel: estou amando loucamente a namoradinha de um amigo meu. Sei que estou errado, mas nem mesmo sei como isso aconteceu. Um dia, sem querer, olhei em seu olhar, e disfarcei até pra ninguém notar. Não sei mais o que faço, pra ninguém saber que estou gamado assim. Se os dois souberem, nem mesmo sei o que eles vão pensar de mim. Eu sei que vou sofrer, mas tenho que esquecer, o que é dos outros não se deve ter. Vou procurar alguém que não tenha ninguém, pois comigo aconteceu gostar da namorada de um amigo meu. (Amigo Traíra - Divinópolis - MG)

Prezado Amigo Traíra: Você fala que, "um dia, sem querer, olhei em seu olhar..." Quer dizer que tu quer me enrolar com esse papo, Traíra? Tu deu uma bela olhada na garota, foi ou não foi? Tu pensou um monte de coisas, não é mesmo? Vai sofrer sim, quase todo mundo passa por isso, cumpadre! Nascemos sós, morreremos sós. Recomendo Prozac. Eu tomo todo dia.

Dr. Bruegel: a deusa da minha rua tem os olhos onde a lua costuma se embriagar. Nos seus olhos, eu suponho que o sol, num dourado sonho, vai claridade buscar. Minha rua é sem graça, mas quando por ela passa seu vulto que me seduz, a ruazinha modesta é uma paisagem de festa, é uma cascata de luz. Na rua, uma poça d’água, espelho de minha mágoa, transporta o céu para o chão, tal qual o chão da minha vida, a minha alma comovida, o meu pobre coração. Infeliz da minha mágoa, meus olhos são poças d’água, sonhando com seu olhar. Ela é tão rica e eu tão pobre, eu sou plebeu e ela é nobre, não vale a pena sonhar. (Plebeu de Irajá - Rio de Janeiro)

Prezado Plebeu de Irajá: estou mais triste nesta triste noite fria, sem esperança que ela volte para mim. Minha saudade transformou-se em agonia. Estou mais triste neste triste botequim. Beba comigo, companheiro de tristeza, traga seu copo e sente-se à minha mesa. Chore comigo esse pranto emocional, não se envergonhe de chorar perto de mim, porque a lágrima é o desabafo natural entre dois copos e a mesa de um botequim. Liberte o peito do amargor e da derrota com mais um trago deste traçado de anis. Faça como eu, acostume-se à derrota, pois a vitória não pertence ao infeliz.

Dani é detida no aeroporto

Querida editora Deb:

Enquanto vocês ficam nessa conversa de carboidrato, de "corpidio lindio", eu estou DETIDA.

Para ficar magra ou manter-se esbelta, é malhar e comer saladinhas , carnes brancas e frutas. É isso. Agora, alguém do telejornal digital pode ouvir o meu relato?

Há dias estou detida no Aeroporto Linate, Milão. Já mandei e-mails, mensagens para a Deb e nada de resposta. Deb, você me disse que, se eu não levasse a sua encomenda, haveria demissão.

Eu estou com a sua encomenda, qual seja, um ragazzo italiano de 1,90 e 90 kg, olhos azuis, cabelos negros, 38 anos etc. Coloquei o homem na mala como tu disse, foi um calvário, mas consegui, ainda bem que o dito cujo é contorcionista. Porém, como era de se esperar, estou detida por excesso de bagagem.

Alguém aí, ao invés de ficar falando de arroz, faça um favor de me dizer o que faço com o homem que me encomendaste, amável Deb?

Despacho? Deixo para trás? Ou fico com ele aqui na Itália?

É uma irresponsabilidade reinante nesse jornal, deixar a repórter detida no aeroporto e ninguém diz o que faço com a encomenda da editora.

Isso os caros leitores não percebem? O sofrimento pelo qual passo em detrimento dos editores ?

Assim não dá... Vou ver se me contratam aqui na "La Gazetta dello Sporti" ou no "Corriere della Serra".

Apesar de tudo, consegui uma entrevista com Ivan Lins, que se encontra aqui.

"Ivan Lins canta con Michael Bublé"

Il compositore carioca partecipa al quarto disco, titolato "Call me irresponsible", del crooner canadese, superstar del jazz mondiale i cui primi tre lavori hanno venduto, complessivamente, undici milioni di copie. Lins duetta con Bublé cantando la strofa in portoghese di "Wonderful tonight" di Eric Clapton.


Senza baci, ou seja, sem beijo.

16.5.07

Os perigos do arroz

Dra. Ronara Machado - Nutricionista e endocrinologista
CRM 99999795624438754100697784412345654321/MG

Queridas leitoras:
Atendendo ao convite do charmoso editor deste telejornal (é um jornal que está na tela, portanto É um telejornal!!), escrevo minha primeira coluna no sentido de alertar todas vocês sobre os perigos de um carboidrato que geralmente está na mesa do povo brasileiro.

Antes de mais nada, é preciso lembrar que nem todo mundo tem grana pra comprar esse tal carboidrato. Algumas, não têm nem mesa pra colocar o carboidrato. Outras, têm mesa e até arrumaram uns trocados pra comprar o carboidrato, mas só depois lembraram que não têm fogão, nem gás, nem pratos e muito menos panelas. Essas leitoras podem parar a leitura por aqui mesmo, pois esse assunto não as interessa nem um pouco, posso garantir!

Mas, as que têm essas coisas todas aí devem prestar atenção no meu método de emagrecimento para quem quer perder peso rapidamente. Muito se fala, quando o assunto é carboidrato, no espaguete, na lasanha, no canelone (ai, que delícia!!!), como se essas invenções dos italianos pudessem fazer algum mal à saúde.

Ora, mas que coisa mais idiota! Se macarrão fizesse mal à saúde, Sophia Loren seria bonita daquele jeito? E Claudia Cardinale? Gina Lollobrigida? Isto, sem falar nos homens italianos (aaaiiiiii, cala-te boca!!). Um dia, contarei sobre minha viagem a Roma, mas agora não posso.

A massa (e que maaaaassaaaaaa, aaaiiiii!) italiana não tem nada com isso. Mostrarei e provarei que, para se manter uma silhueta que deixa os homens babando, basta apenas evitar o arroz!

Sim, isso mesmo! O arroz é o grande vilão de nossa alimentação! Ontem mesmo, fui almoçar aqui perto com a Roberta, fotógrafa, e a editora Deb, e provei que podemos passar tranquilamente sem o arroz em nossa alimentação diária. Enquanto Roberta e Deb enchiam o prato de arroz, se empanturrando de carboidratos, eu fui pra outra prateleira e segui a minha dieta.

Misturei quatro coxas de galinha (ou seja, duas coxas de uma galinha e mais duas coxas de outra galinha) com um farto pedaço de pernil (de porco) e 25 colheradas de pirão, feito com a mais genuína farinha brasileira.

Pronto! Provei a elas que é perfeitamente possível fazer uma boa refeição sem o tradicional acompanhamento do arroz. Tudo é uma questão de tradição, nada mais! Alguns céticos poderão perguntar: mas, como é possível o arroz engordar, se os povos do Oriente, como japoneses, chineses, coreanos e vietnamitas, comem tanto arroz e são tão magros?

Ora, minhas amigas, a resposta está no livro do fenomenal nutricionista e endocrinologista japonês Mijaro Nomuro, que escreveu o best-seller "Ping Johga Habola Kon Pong", que, traduzido literalmente, quer dizer "Porque o arroz é benéfico em épocas de guerra, mas muito perigoso em épocas de paz".

No famoso best-seller, o professor Mijaro Nomuro, que passou os últimos 50 anos se dedicando a defender sua tese de que o macarrão, principalmente o frito, é muito bom e gostoso, e o arroz é perfeitamente dispensável, explica claramente que os povos orientais são magros, mesmo comendo arroz, porque eles mesmos colhem o arroz.

Naquela ginástica de abaixa-levanta pra colher o arroz, ainda mais no meio daquele aguaceiro todo, os povos orientais acabam perdendo muitas calorias. Não é mole ficar o dia inteiro naquele abaixa-levanta, experimenta pra você ver! À noite, depois que terminam o serviço, os orientais estão tão cansados que nem conseguem descascar o arroz. Assim, comem o arroz integral mesmo! Entenderam?

De acordo com as pesquisas do professor Mijaro Nomuro, a casca tem um componente que combate o carboidrato do arroz. É por isso que os orientais não engordam. Se você, minha amiga, ver um japonês gordo, pode saber: ou é lutador de sumô, que comeu muito arroz branco pra engordar, ou é um japonês que vive viajando pelo mundo e comendo o que não presta.

Aqui à direita, vocês podem conferir a foto de Roberta Leão, mostrando minha expressão de satisfação (tudo ão!!!) ao terminar minha refeição (ão de novo!), sem que seja visto nenhum grão (ão ão ão!!!) de arroz no meu prato. Apenas seguro a última coxa de galinha, muito bem temperada por sinal, uma delíiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiicia!!!!!!!!!!!!!!!

Na próxima coluna, escreverei sobre uma de minhas sobremesas favoritas: arroz doce!

É, com doce pode. E vou explicar direitinho. Mais uma vez, com a ajuda do famoso professor japonês, Mijaro Nomuro! Até lá, garotas!

15.5.07

Cardeal aprova cobertura do Jornal da Lua

O cardeal Peppino di Napoli, porta-voz do Vaticano, mandou na manhã desta terça-feira um telegrama de congratulações ao Jornal da Lua, "pela brilhante e imparcial cobertura da visita de Sua Santidade ao Brasil".

De acordo com a mensagem do cardeal Peppino, o Papa temia ser constrangido com perguntas sobre uso de preservativos, aborto, casamento gay, padres pedófilos, sexo antes do casamento, sexo durante o casamento e sexo depois do casamento.

"O Papa prefere não ser questionado sobre esses temas", disse dom Peppino, "já que ele tinha outros assuntos mais importantes para resolver no Brasil, como impedir que o padre Marcelo Rossi resolvesse cantar antes ou depois de seus sermões."

"Congratulo o Jornal da Lua", escreveu Peppino di Napoli, "por não participar de campanhas injuriosas patrocinadas por parte da imprensa nacional".

Na verdade, o editor de nosso jornal deu ordens expressas para que a editora Deb e a charmosa repórter Dani fossem até Aparecida do Norte com uma pauta de 112 perguntas para o Papa, sobre aborto, sexo, casamento gay, padres pedófilos e o atraso nos pagamentos dos coroinhas da Igreja de São Raimundo Nonato, na Ilha de Maracangalha.

Devido a um erro de informação sobre a chegada do Papa ao Brasil, Deb marcou hora na manicure, Dani pegou um avião para Roma, pensando que a entrevista seria no Vaticano, nosso editor seguiu para Aparecida com sua amante Mary, mas não conseguiu ver o Pontífice, porque tinha muita gente no local, e nosso colunista anti-social resolveu não perder a viagem e experimentou novas marcas de cachaça que descobriu nas imediações da Basílica.

O cardeal Peppino di Napoli agradeceu a cobertura imparcial do Jornal da Lua e disse que as portas do Vaticano sempre estarão abertas para seus profissionais, "pessoas íntegras e que são um exemplo para a imprensa mundial". Nosso editor, quando chegou da fracassada viagem até Aparecida do Norte, mandou cortar 50% dos salários de todo mundo, inclusive de sua amante Mary, que sumiu no meio da confusão e só voltou dois dias depois, dizendo que tinha se perdido na multidão e resolveu aproveitar para visitar a avó em Guaratinguetá.

11.5.07

Notícias de Milão

Eu vou dizer, não tem sido fácil, ô povo apressado... Eu estou ainda fazendo compras, levando uns mimos, não sei quando retorno. O papa que espere! E como disse a amada Re (Sheherazade), o editor agora arrumou amante e ainda publica foto da moça em trajes íntimos! A Deb fica no salão fazendo aplique nas madeixas... Esse colunista anti-social, no mé, aliás... Assim que retornar, vou levar o amigo para um banho, tosa e tudo mais... Deb, coloca ordem na casa, já que o editor agora encontra-se "amancebado".

Chega a ser um ultraje... Sou enxovalhada, dizem que sou folgada, PERUA... Que torro a grana do editor? Mas, não leram as notícias anteriores? Tudo eu? Que é isso? Eu sou apenas um compartimento estanque, a parte editorial é que precisa ser revista... Ademais, o editor me ligou e disse "Dani, fique aí o quanto quiser, se quiser dar um giro pela Europa, fique à vontade". O editor me deu carta branca!

A Maison Ferré está fechada por motivos de reforma, só reabrirá amanhã. Aí então farei as últimas comprinhas e retorno... Gosto de deixar tudo muito bem explicado, senão ainda perco o emprego!

O Papa que espere...

Baci,

Dani

10.5.07

Notícias do Vaticano

Deb, minha querida editora descolada e desmiolada:

Como todos já sabem, sou bipolar, ou seja, vivo bipando o nosso editor Bill e nada de resposta. Já até pensei se ele não se safou com alguma loira bonita que trafega por aí.

Eu estou na Itália, hospedada perto do Vaticano. Pensei em ficar por aqui, esperando o Papa voltar daí. Mas, tudo bem, eu retorno. Diz para o editor me mandar algum sinal. Entrevista com o Papa ? Mole essa... Já estou no celular com um cardeal. Tudo liberado.

Já fiz o que tu me pediu, querida Deb: ontem mesmo joguei um punhado de euros na Fontana di Trevi. E fiz o seu pedido, arrumar marido (coisa mais decadente). Bota fé que o pedido foi feito.

Manda o editor dar notícias...

Estou chegando...

Baci,

Dani

9.5.07

AVISO URGENTE!!!

Dani, apareça logo pra trabalhar!!!
O Papa tá chegando e você desapareceu!!!
Foi pra Itália? O Papa tá aqui, sua cabeça oca!!!
Dê notícias logo!!!
Eu não posso ir pra São Paulo, tenho hora marcada na manicure!!!
Ligue, apareça rápido!!! O editor tá furioso com você!!!

6.5.07

Jornal da Lua faz contratação milionária

Depois de meses de intensas negociações, finalmente o Jornal da Lua pode anunciar com o maior orgulho para todos os seus fiéis e dedicados leitores: contratamos Dani, a mais charmosa e requisitada repórter da imprensa nacional!!

Quem não acredita, deve olhar a coluna da direita de nosso jornal, entre as fotos da falsa loura editora e do preguiçoso e irresponsável editor, que de vez em quando aparece aqui no serviço. Lá está ela, no esplendor de sua beleza irresistível: Dani, primeira e única!

As negociações só se concretizaram depois que um pool de empresas (IBM, BMW, NBC, Coca-Cola, Microsoft, Madre Teresa Foundation, Animal Planet, American Airlines, MSI, CIA, Magazine Maria Luiza e Contabilidade Teixeira) assinou um contrato de cerca de um milhão de dólares anuais com a magnífica repórter e poetisa, garantindo exclusividade de seus trabalhos para o Jornal da Lua, considerado por Bill Gates, o responsável pelo acordo, como "o melhor informativo da internet brasileira".

"Além do mais", disse o bilionário dono da Microsoft, "o Jornal da Lua tem um outro Bill na editoria. Na verdade, isso não importa muito, e eu nem ia receber esse sujeito aqui no meu escritório, mas ele mandou a foto e o currículo da repórter pra mim. Quando vi a foto, aceitei de imediato as suas ponderações. O currículo eu vou ver depois, sou um homem de negócios muito ocupado."

Dani assinou o contrato em sua casa, numa aprazível cidade do interior paranaense, que não podemos divulgar por questões de segurança e também pela inevitável caravana de fãs que seguiria para lá, tentando ver de perto a musa do jornalismo brasileiro. A nova estrela do Jornal da Lua declarou à Agência Reuters que só aceitou a proposta porque "trata-se de um veículo sério, preocupado com a boa educação de nossos jovens."

No ano passado, Dani foi manchete em todos os jornais do País, ao recusar uma proposta de meio milhão de dólares para ser a capa da famosa revista Playboy, sucesso entre o público masculino há mais de 50 anos. A poetisa e repórter, seguidora das idéias de Betty Friedan, líder feminista nos anos 60, afirmou na ocasião: "Não vou ficar alimentando os ideais fascistas dessa sociedade machista e hipócrita. O que é um corpo? O que significa um rostinho bonito? Eu só dou valor ao que as mulheres têm em seu interior. Se a revista Playboy quiser uma radiografia do meu fígado, eu posso vender."

Dani, que já realizou, como free-lancer, duas brilhantes entrevistas para o Jornal da Lua, com Marcola, o chefão do PCC, e com um bicheiro ligado à Operação Hilda Furacão, cujo nome não pode ser revelado para não gerar problemas emocionais (medo mesmo!) em seus editores, fez apenas uma exigência: que seu trabalho no vibrante informativo não interrompesse suas atividades no blog que dirige, o http://mulheresdepreto.blogspot.com.

Nossos editores aceitaram o pedido da requisitada repórter e já lhe entregaram a primeira pauta, simples, mas cheia de emoções como nos dois trabalhos anteriores da musa, com Marcola e o bicheiro fluminense: Dani será a responsável pela cobertura da visita do Papa Bento 16 ao Brasil. "Deixa comigo", disse Dani. "Já levei um lero beleza com o Papa, numa de minhas viagens à Itália. O único problema é que, naquele tempo, ele ainda não era Papa, ficava ali nos bastidores do Vaticano e eu consegui uma declaração para o Le Figaro, jornal para o qual eu colaborava até o mês passado, quando recebi a irrecusável proposta do pool de empresas que representa o Jornal da Lua."

E assim é a vida, caros leitores. Quem pensava que Le Figaro é que é o tal, que ia levar a Dani sem nenhuma concorrência, quebrou a cara! Graças aos esforços de nosso editor, a charmosa repórter agora é exclusiva do Jornal da Lua. Que maravilha! É a nora que minha mãe pediu a Deus e a salvação desse blog, que já estava com os dias contados, cercado por credores de todos os lados.

1.5.07

Passeata pela paz acaba em pancadaria

Tudo parecia ir bem! O pessoal se reuniu, resolveu fazer uma passeata pela paz e seguiu pelas ruas da cidade.
Mas logo começaram os problemas: alguns manifestantes se desentenderam, discutindo sobre os cartazes utilizados na passeata. Os que carregavam cartazes escritos "Paz para todos" partiram para cima dos que seguravam o cartaz escrito "Paz para os homens de boa vontade" e gritaram que a mensagem era machista, pois excluia as mulheres. O certo, segundo os revoltosos, seria "Paz para todos, homens e mulheres, de boa ou má vontade". Os pedaços de madeira, que seguravam as faixas, foram usados como armas de ataque e todos se agrediram. De acordo com a polícia, cerca de 25 homens e 43 mulheres foram atendidos no Pronto Socorro, alguns com ferimentos graves.

Logo após o fim da manifestação pela paz, começou outra, desta vez organizada pelos defensores da violência. Homens e mulheres, carregando faixas com dizeres como "Vamos botar pra quebrar" e "Povo armado jamais será baleado", percorreram as ruas da cidade por mais de três horas. Segundo a polícia, não houve nenhum incidente durante o trajeto. "Foi a manifestação mais pacífica que já vi", disse o sargento Garcia, comandante da tropa de choque, que não precisou entrar em ação.