Dr. Hieronymus Bruegel
Especialista em corações partidos
Dr. Bruegel: nunca gostei de trabalhar, sempre achei que esse negócio é coisa de otário. Basta ver que os trabalhadores acordam de madrugada, pegam ônibus lotado, dão duro o dia inteiro e, no fim do mês, ganham uma mixaria danada. Já os engravatados, que contratam esses camaradas aí, trocam de carro todo ano, viajam pro exterior e, pior de tudo, ainda debocham dos trabalhadores quando estão enchendo a cara nas festinhas que fazem em suas mansões. No entanto, arrumei um emprego aí e agora tô gamado pela secretária. Passei até a gostar de trabalhar, só pra ir lá e paquerar a secretária. O que o senhor pensa disso? (Malandro Trabalhador - Itabuna - Bahia)
Prezado Malandro Trabalhador: na vida, existem dois tipos de otários, e não apenas um, como você pensa. O primeiro tipo é esse mesmo que você citou, vai trabalhar a vida toda e não vai ter nem onde cair morto. Já o segundo tipo cai na armadilha preparada pelos engravatados. Observe que eles sempre colocam aqueles anúncios nos jornais, pedindo mulheres de "boa aparência", não é? Essas mulheres de "boa aparência" são uma isca, tanto para os clientes deles quanto para malandros que fingem trabalhar, como é o caso de sua digníssima pessoa. Pra ver aquela mulher boa todo dia, os clientes sempre voltam e os funcionários não ficam inventando desculpas de que foram ao médico ou ao enterro da tia em Feira de Santana. No final, ela vai casar é com um dos clientes ricos do teu patrão, mas tu só vai descobrir isso daqui a alguns anos, quando teu patrão resolver te trocar por um cara mais novo, pra poder pagar menos, tá sabendo? Enfim, como dizem os espanhóis, c'est la vie!
Dr. Bruegel: estou amando loucamente a namoradinha de um amigo meu. Sei que estou errado, mas nem mesmo sei como isso aconteceu. Um dia, sem querer, olhei em seu olhar, e disfarcei até pra ninguém notar. Não sei mais o que faço, pra ninguém saber que estou gamado assim. Se os dois souberem, nem mesmo sei o que eles vão pensar de mim. Eu sei que vou sofrer, mas tenho que esquecer, o que é dos outros não se deve ter. Vou procurar alguém que não tenha ninguém, pois comigo aconteceu gostar da namorada de um amigo meu. (Amigo Traíra - Divinópolis - MG)
Prezado Amigo Traíra: Você fala que, "um dia, sem querer, olhei em seu olhar..." Quer dizer que tu quer me enrolar com esse papo, Traíra? Tu deu uma bela olhada na garota, foi ou não foi? Tu pensou um monte de coisas, não é mesmo? Vai sofrer sim, quase todo mundo passa por isso, cumpadre! Nascemos sós, morreremos sós. Recomendo Prozac. Eu tomo todo dia.
Dr. Bruegel: a deusa da minha rua tem os olhos onde a lua costuma se embriagar. Nos seus olhos, eu suponho que o sol, num dourado sonho, vai claridade buscar. Minha rua é sem graça, mas quando por ela passa seu vulto que me seduz, a ruazinha modesta é uma paisagem de festa, é uma cascata de luz. Na rua, uma poça d’água, espelho de minha mágoa, transporta o céu para o chão, tal qual o chão da minha vida, a minha alma comovida, o meu pobre coração. Infeliz da minha mágoa, meus olhos são poças d’água, sonhando com seu olhar. Ela é tão rica e eu tão pobre, eu sou plebeu e ela é nobre, não vale a pena sonhar. (Plebeu de Irajá - Rio de Janeiro)
Prezado Plebeu de Irajá: estou mais triste nesta triste noite fria, sem esperança que ela volte para mim. Minha saudade transformou-se em agonia. Estou mais triste neste triste botequim. Beba comigo, companheiro de tristeza, traga seu copo e sente-se à minha mesa. Chore comigo esse pranto emocional, não se envergonhe de chorar perto de mim, porque a lágrima é o desabafo natural entre dois copos e a mesa de um botequim. Liberte o peito do amargor e da derrota com mais um trago deste traçado de anis. Faça como eu, acostume-se à derrota, pois a vitória não pertence ao infeliz.
14 comentários:
Também quero cantar: "Tornei-me um ébrio, na bebida busco esquecer aquela ingrata que eu amava e que me abandonou...."
Prezado consultor sentimental,
Não importa saber quem sou, nem de onde venho, nem pra onde vou. Aquela nuvem que passa lá em cima, sou eu!
E nem me venha com Prozac, porque eu já tô pra lá de Marrakesh.
a) Consulente arretada
Eu te darei o céu, meu bem, e o meu amor também. Ah, dr. Bruegel, vem fazer uma consulta aqui em casa, vem!
Tô passando meu fone e endereço pelo e-mail aqui do Jornal da Lua, tá? Venha quando quiser, meu gringo!
Beijos da
Letícia
Adorei seu repertório, meu médico gostosão... Agora é que eu nao saio mais daqui desse jornal... em que dia voce escreve, meu brba ruiva??????
Me passa seu mail, rapido...beijao molhado procê.....
Ai, doutor, não entendi bem o seu nome, vou te chamar de Hiê, pode? Já estou tratando da criação de seu fã-clube. Sou a presidente.
Mandei meu celular pelo e-mail que está aí em cima do Jason, me liga pra gente se encontrar na sexta.
Beijos mil da
Claudia
Senhores editores: venho cumprimentá-los pela brilhante aquisição do doutor Bruegel, que canta seus diagnósticos em nossos ouvidos. De onde saiu esse pedaço de mau caminho?
Uma pergunta para o Dr. Bruegel: Eu sou amiga de um chique que contraiu uma deprê daquelas por razões óbvias, mas ao mesmo tempo desconhecidas. Ele viajou para o exterior na tentativa de se recompor e assim, quando voltasse, pudesse retomar a alegria perdida. Como aconteceu muita coisa durante esses quase 8 meses em que ele esteve fora do Brasil, ele está começando a achar que se começar a esbravejar com os camaradas de grupamento ele irá se curar e quem sabe até alçar níveis maiores de chiqueza. Sei que está errado isso o que ele pensa. Diga-me, então, o que eu devo fazer ou então o que ele deve fazer, caso isso também dependa dele.(JuJu- Teresina, Piauí)
Passe lá no meu blog e deixe seu comentário, turma do Jornal da Lua!!!
Respondi ao seu comentário no meu blog. Vá lá ver.
Mas o Jornal da Lua está cada dia melhor. Equipe de primeiríssima qualidade. Agora então com consultoria sentimental é que arrasou.
Cadinho RoCo
Caro Dr.Hieronymus
Nessa longa jornada da vida chego a conclusão que "Eu não sou cachorro, não.Pra viver tão humilhado.Eu não sou cachorro, não Para ser tão desprezado". Mas se uma bela repórter que está na Itália, não trabalha coisa nenhuma e ganha uma grana violenta quiser pisar, humilhar, eu permito!
"Strani amori che vanno e vengono".
Ass: Anonymus Maximus
Bruegelzinho, vc tecla de onde? Eu sou de Floripa, e vc? Tenho 23 anos, sou morena clara, 1,70, cabelos compridos, gosto de praia, de biquininhos coloridos e tenho uma única paixão: VOCÊ!!!
Adoro homens mais velhos!!!
Mandei meu e-mail, viu? Tecla pra mim!! Depois de 22h, sou toda sua!!
Beijinho carinhoso!
Queridos Editores:
Como não sou boba, muito pelo contrário, sou descolada, estou seguindo os conselhos da minha amada amiga Re, diretamente da Costiera Amalfiltana (claro que irei aproveitar o verão na itália).
Esse telejornal se tornou um lugar para cantantes, sadios e versantes, deixo à vocês uma música também:
Eu sou de Niguém, Ninguém e ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de niguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também
Não tenho juiz
Se você quer a vida em jogo
Eu quero é ser como sou: feliz
Eu sou de niguém, NINGUÉM E NINGUÉM
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de niguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também
P.S.: Essa mulher com uma coxa na boca, está finíssima. Rssssss
Beijos,
Bruegel, querido: deixa essas peruas pra lá e vem ficar comigo! Vou cantar bem baixinho no seu ouvido, enquanto te faço um cafuné! Topas? Segue meu e-mail. E meu celular.
Beijo apaixonado da
Aline
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