
Lana Esthevlana
COLUNISTA ANTI-SOCIAL
Já esqueci várias vezes que era meu aniversário.
Acordava mal-humorada, como todo dia, olhava pro teto... pra janela... respirava fundo... me espreguiçava e de repente ouvia vozes me dizendo "parabéns!" e pensava "puta merda! É hoje. "
Dia de aniversário, pra mim, é um pesadelo. Pô, você tem que sorrir pra todo mundo que te dá os parabéns, tem que ficar rodeado de pessoas. Afinal, elas querem ficar perto de você (?).
Esse ano, quatro dias depois do meu aniversário, um amigo meu chegou e disse:
- Seu aniversário é em maio?
- Não, é em abril mesmo.
- Ah, é verdade. Que dia mesmo?
- Dia 13.
- Caramba, me desculpa! Esqueci completamente!
- Menino, eu não ligo.
- Putz, que bom. Porque eu também não.
Sabe, não vejo motivo pra comemorações. É só mais um dia no ano.
Acho totalmente “narcisista” comemorarmos o dia em que nascemos. Como se isso tivesse mudado significativamente o rumo da História. Hahahaha. Minha família também adora uma festa! Nossa, não sei como têm disposição pra tanto!
Isso quando minha mãe não inventa de fazer festa aqui em casa. Que não é bem uma festa, mas uma reunião dos amigos dela e do meu pai. Bem, a questão é que ela faz toneladas de comida e faz faxina na casa uma semana antes.
Quando sei que vai ter alguma coisa aqui, me programo dias antes pra ocupar completamente minha semana. Pra fugir da faxina, da preparação da comida e da festa. Dia desses minha mãe chamou dois casais, amigos dela e do meu pai, para passarem o dia aqui em casa. Eles chegaram e eu não vi. Estava no quarto do computador. Daí fui terminar de me arrumar, porque estava de saída, e passei pela sala e nem me liguei de falar com eles.
Minha mãe me chamou atenção na frente de todo mundo! Terrível.
- Ô bichinho do mato, vai falar com o pessoal não?
- Ah, nem vi que eles estavam aí (!!!). Oi, pessoal. Agora dá licença que tô atrasada.
Eu sei, eu sei. Sou um poço de falta de educação, mas eu não sei ser falsa. Só quando é realmente necessário. E, sabe, pra mim, ali não era o momento de ser. Só esse ano eu já devo ter fugido de umas 20 festas. E isso só da minha família.
Certa vez, minha mãe me avisou da festa no dia. Daí eu tive que pensar rápido, né? Cheguei pra ela e disse:
- Poxa, mãe, eu já tinha marcado de sair...
- Ah, então, nesse caso, tudo bem.
(Ligo pro namorado)
- Oi! A gente vai se ver hoje, tá bom? Vem me buscar. Tchau.
E o Natal? O que mais me irrita com relação ao Natal é o fato de todos, durante mais ou menos uma semana, se preocuparem com o mundo. Só pra mostrar que possuem o espírito cristão, sabe? Ajudam os mendigos... Fazem o “Natal sem fome”. Como se somente no Natal as pessoas precisassem comer.
Daí milhares de pessoas se vestem de Papai Noel e saem distribuindo presentes pras criancinhas mais pobres. Poxa, ao invés de darem brinquedos, não seria melhor dar um jeito pra que elas tivessem um futuro decente garantido? Isso sim seria um Natal onde alguma mudança realmente válida seria feita.
Ainda nessa onda de bondade do Natal, vem o Ano Novo, onde todos desejam paz, um mundo melhor, onde não haja injustiça e nem esses crimes atrozes que vemos o tempo todo na TV.
Mas os desejos ardentes por essa paz tão grande só duram do dia 31 pro dia 1º. Depois, todos voltam às suas vidas, como se nada tivesse acontecido. Como se os pedidos tivessem sido de mentira.
Desprezível, não é mesmo?
A fantástica (e carí$$ima!!) Lana Esthevlana também pode ser encontrada aqui.
COLUNISTA ANTI-SOCIAL
Já esqueci várias vezes que era meu aniversário.
Acordava mal-humorada, como todo dia, olhava pro teto... pra janela... respirava fundo... me espreguiçava e de repente ouvia vozes me dizendo "parabéns!" e pensava "puta merda! É hoje. "
Dia de aniversário, pra mim, é um pesadelo. Pô, você tem que sorrir pra todo mundo que te dá os parabéns, tem que ficar rodeado de pessoas. Afinal, elas querem ficar perto de você (?).
Esse ano, quatro dias depois do meu aniversário, um amigo meu chegou e disse:
- Seu aniversário é em maio?
- Não, é em abril mesmo.
- Ah, é verdade. Que dia mesmo?
- Dia 13.
- Caramba, me desculpa! Esqueci completamente!
- Menino, eu não ligo.
- Putz, que bom. Porque eu também não.
Sabe, não vejo motivo pra comemorações. É só mais um dia no ano.
Acho totalmente “narcisista” comemorarmos o dia em que nascemos. Como se isso tivesse mudado significativamente o rumo da História. Hahahaha. Minha família também adora uma festa! Nossa, não sei como têm disposição pra tanto!
Isso quando minha mãe não inventa de fazer festa aqui em casa. Que não é bem uma festa, mas uma reunião dos amigos dela e do meu pai. Bem, a questão é que ela faz toneladas de comida e faz faxina na casa uma semana antes.
Quando sei que vai ter alguma coisa aqui, me programo dias antes pra ocupar completamente minha semana. Pra fugir da faxina, da preparação da comida e da festa. Dia desses minha mãe chamou dois casais, amigos dela e do meu pai, para passarem o dia aqui em casa. Eles chegaram e eu não vi. Estava no quarto do computador. Daí fui terminar de me arrumar, porque estava de saída, e passei pela sala e nem me liguei de falar com eles.
Minha mãe me chamou atenção na frente de todo mundo! Terrível.
- Ô bichinho do mato, vai falar com o pessoal não?
- Ah, nem vi que eles estavam aí (!!!). Oi, pessoal. Agora dá licença que tô atrasada.
Eu sei, eu sei. Sou um poço de falta de educação, mas eu não sei ser falsa. Só quando é realmente necessário. E, sabe, pra mim, ali não era o momento de ser. Só esse ano eu já devo ter fugido de umas 20 festas. E isso só da minha família.
Certa vez, minha mãe me avisou da festa no dia. Daí eu tive que pensar rápido, né? Cheguei pra ela e disse:
- Poxa, mãe, eu já tinha marcado de sair...
- Ah, então, nesse caso, tudo bem.
(Ligo pro namorado)
- Oi! A gente vai se ver hoje, tá bom? Vem me buscar. Tchau.
E o Natal? O que mais me irrita com relação ao Natal é o fato de todos, durante mais ou menos uma semana, se preocuparem com o mundo. Só pra mostrar que possuem o espírito cristão, sabe? Ajudam os mendigos... Fazem o “Natal sem fome”. Como se somente no Natal as pessoas precisassem comer.
Daí milhares de pessoas se vestem de Papai Noel e saem distribuindo presentes pras criancinhas mais pobres. Poxa, ao invés de darem brinquedos, não seria melhor dar um jeito pra que elas tivessem um futuro decente garantido? Isso sim seria um Natal onde alguma mudança realmente válida seria feita.
Ainda nessa onda de bondade do Natal, vem o Ano Novo, onde todos desejam paz, um mundo melhor, onde não haja injustiça e nem esses crimes atrozes que vemos o tempo todo na TV.
Mas os desejos ardentes por essa paz tão grande só duram do dia 31 pro dia 1º. Depois, todos voltam às suas vidas, como se nada tivesse acontecido. Como se os pedidos tivessem sido de mentira.
Desprezível, não é mesmo?
A fantástica (e carí$$ima!!) Lana Esthevlana também pode ser encontrada aqui.