Lana EsthevlanaCOLUNISTA ANTI-SOCIAL
Carnaval é uma festa de contradições. Pelo menos pra mim.
Até traz um pouco de felicidade sair de noite e se divertir como se aquele fosse seu último dia na face da Terra. Mas, no fundo, o que eu mais desejo é que essa festa abarrotada de gente suada e semi-nua termine logo.
Particularmente, prefiro o Carnaval à moda antiga. Fantasias e marchinhas é diversão na certa, sem dúvida.
Nada de pessoas te apertando, se esfregando em você, pisando no seu pé, te queimando com cigarro e te passando cantadas bregas com bafão de cerveja.
Hoje, Carnaval parece um tipo de eufemismo para "sexo sem compromisso". Não que todas as pessoas que curtem o Carnaval pensem dessa maneira, mas é difícil não ter este tipo de avaliação.
Principalmente quando se está na rua e o que mais passa pela sua frente são meninas de micro-saias, tirinhas denominadas de blusa e sandálias, em que o salto mais parece um bloco de concreto.
E, em contrapartida, vê-se caras com enormes cordões de "ouro", boné pra trás, bermudas multicoloridas de marca falsificada (e tênis também), blusas no estilo "mamãe-sou-forte" ou então sem blusa, que é pra mostrar o corpitcho sarado ou o protótipo de barriguinha de chopp. No melhor estilo Bad Boy.
E o único papo que se ouve é "gostosa, hein?", ou então "te achei muito linda, gata. Vamu ficá?".
No fim das contas, o Carnaval de hoje, ao meu ver, se resume a calor, música de qualidade duvidosa e a obrigação de se sentir feliz. E sarado.
A inigualável Lana Esthevlana também pode ser encontrada aqui.



