lobo e lua

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18.4.09

Dicas de uma blogueira


Dama de Cinzas
BLOGUEIRA CONVIDADA

Modestamente, Dama de Cinzas deu a este post o título de "Não é uma receita de blog". Mas nós acreditamos que é uma bela receita sim. Lemos atentamente, arquivamos e recomendamos que muitos blogueiros que querem manter suas páginas por muito tempo leiam também.

Os que me conhecem sabem que quanto mais me mandam calar a boca mais eu falo. Então resolvi escrever sobre um assunto do tipo "não se meta nisso que não é da sua conta". O que vou passar não é uma receita para que você tenha um blog de sucesso, nem como escrever melhor seu blog, nem nada disso, afinal não me sinto nem um pouco capacitada para tal coisa, mas são uns toques que um rapaz me deu lá por volta de 2003, quando comecei a escrever meu primeiro blog.

Dicas para que você consiga levar seu blog de maneira menos cansativa tanto para você como para quem o lê:

- Evite se obrigar a escrever posts diários, eles cansam demais o autor do blog, pois no início os temas brotam como mato, mas, com o decorrer dos meses, encontrar um tema fica tão difícil quanto um parto! Simplesmente sua mente vai se enchendo de um branco total, e a angústia bate forte. A qualidade do blog tende a cair. Com o desespero, vem o cansaço, você sente que não consegue mais escrever como antes e quer dar um ponto final naquela tortura, acabando com o blog ou abandonando. Deixe sua mente fluir, siga os sinais da vida e escreva quando der vontade. Obviamente, vontade e criatividade variam de pessoa pra pessoa.

- Posts diários cansam também quem te acompanha. Por mais que se goste de ler blogs, um dia ou vários outros você não quer abrir site nenhum. Ou tá cansado, ou seus calos estão doendo, ou brigou com seu(ua) amado(a), ou pegou uma chuva quando saiu do salão depois daquela escova maravilhosa, ou seu time de futebol perdeu. Enfim, todos nós estamos sujeitos a tempestades e trovoadas e não temos a capacidade de ficar todos os dias acompanhando as postagens de todos os blogs que gostamos.

- Evite repetir assuntos do tipo "peguei uma gripe danada", "não tirei boas notas", "amo meu namorado(a)", enfim tudo que tenha a ver com um cotidiano que faz parte da vida de todas as pessoas, a menos que esteja escrevendo um diário para que pessoas do seu convívio te acompanhem. No mundo virtual, assim como no nosso dia-a-dia, ninguém quer saber dos pequenos detalhes da sua vida, daquilo que acontece a todos, todos os dias. Procuramos por informações diferentes, assuntos que nos estimulem a pensar, ou situações inusitadas. Posts tipo "minha tia foi dar banho no gato e ele correu molhado pela casa toda" simplesmente entediam o leitor, que acaba nem lendo até o final.

- Relacionado ao item anterior, procure escolher temas que estimulem as pessoas a pensar. Inclusive, quando quiser escrever sobre sua vida, ligue o acontecido a um tema de interesse de todos. Isso é algo que faz o leitor ter tesão de ler seu post, e não apenas ler sobre um problema ou acontecimento que ele não conhece na totalidade.

- Não espere que os seus melhores textos sejam reconhecidos. Tantas vezes escrevemos um post que julgamos banal, e é aquele que o pessoal mais gosta, e o vice-versa também acontece...

- Se você quer que seu blog seja bem comentado, terá que comentar nos blogs dos seus colegas blogueiros. Assim como você gosta que leiam um texto que teve o maior trabalho de escrever, todos na esfera blogueira esperam o mesmo!

- Tente descobrir qual o seu melhor estilo. Se você é um excelente poeta, aposte nos poemas. Se escreve bem crônica, abuse desse estilo literário. Se o seu forte é o humor, faça o pessoal rir. Mas evite tentar ser quem você gostaria de ser. Eu, por exemplo, jamais vou colocar um poema escrito por mim, porque sou uma péssima poetisa... rs... Acho que ninguém vai gostar e vai ficar aquele troço sobrando no meu blog.

Pra finalizar, vou ratificar: não estou dando ordem no blog de ninguém, não estou dando receita de nada, não estou dizendo que sou melhor que ninguém, não estou proibindo nada! Afinal, cada um tem seu blog e faz o que quer com ele. Inclusive eu tenho todo o direito de fazer um post dando essas dicas para quem estiver interessado e acha que vale a pena!

Dama de Cinzas é editora deste blog aqui.

Aproveitamos para recomendar mais dois blogs:

O primeiro é o Memória Culinária, da Junelise, que conhecemos desde criancinha, e sabe do que tá falando (e cozinhando!).

O segundo é da Natália Xavier, uma blogueira que conhece tudo de artes gráficas, web design e afins. Podem conferir, clicando no banner aqui abaixo!

11.4.09

Blogueira fora de série faz 20 anos

Há pouco mais de um ano, eu fazia minhas tradicionais navegadas quando fui cair num blog que logo mudou meu estado de espírito. Era o Cólica Mental. Fiquei ali, lendo vários posts. Há tempos isso não me acontecia. Procurei saber quem escrevia daquela maneira, com tanto humor nas entrelinhas, juntando Sartre e Simone de Beauvoir com Zorra Total e CQC!

Era Nathália Esthevlana. E com apenas 18 anos!! Logo a convidei pra fazer parte do Jornal da Lua. Trocamos e-mails pra acertar os detalhes e conheci um pouco mais daquela autora tão diferente. Fizemos algumas experiências e dei a ela o cargo de colunista anti-social. Os jornais tradicionais têm colunistas sociais. Aqui Nathália é a colunista anti-social, usando o codinome de Lana Esthevlana. Tirei isso de sua própria definição de perfil que vi no Cólica Mental. E como ela se recusa a escrever o novíssimo “antissocial”, continuamos à moda antiga.

Um dia, ela me disse pra olhar um “blog de testes” que tinha em seu painel. Lá estava um novo template pro JL, com aquela Lua imensa! Claro que adorei! Continuamos trocando ideias e nos conhecemos pessoalmente em setembro do ano passado, numa exposição sobre Clarice Lispector, no Rio.

Meses antes, fiz uma página na rádio Last FM, mas acabei esquecendo de voltar lá. Em seu blog, Nathália criou um link, “Também estou na Last FM”. Fui lá, curioso pra saber o que uma representante do século 21 gostava de ouvir. Foi uma de minhas maiores surpresas. Quase tudo que ela ouvia era o que eu ouvia desde a minha adolescência! Ela conhecia tudo que eu conhecia e muito mais!

Numa noite, depois de entrar na página dela na Last (o que faço até hoje!) e ficar ouvindo suas faixas escolhidas, tive um sonho: eu estava em 1969, o que aconteceu a seguir indicava isso. Toca o telefone e vou atender:

- É Nathália! Vamos pra Woodstock?

No sonho, Nathália tinha 18 ou 19 anos. Na realidade, ela só iria nascer dali a 20 anos, em 1989. Mas, em sonhos, épocas, lugares e pessoas que não se conhecem se misturam, pelo menos comigo é assim. Então, neste sonho, nós éramos vizinhos.

- Wood... Como é?

- Woodstock! Ouvi agora no programa do Big Boy, na Rádio Mundial. Vai ser em agosto, três dias de festival, imagina! Dias 15, 16 e 17 de agosto!

- Mas, onde é? É festival de música?

- Woodstock fica perto de Nova York! Quase todos os grandes vão pra lá, pensa bem! Não podemos perder!

- Nova York? E quais são esses grandes?

- Quais são? Anotei aqui: Jimi Hendrix, The Who, Santana, Ten Years After, Creedence, Joan Baez…Bob Dylan não vai, mas podemos procurar em Nova York, fiquei sabendo que ele tá lá! Não me pergunte pelos Beatles, que eu sei que você vai perguntar! Eles não vão. Nem os Stones. Mas parece que até Janis Joplin vai. Quer mais? Crosby, Stills, Nash and Young, Country Joe and The Fish, Joe Cocker...

- Você tá me gozando, Nat? Esse pessoal todo junto? Vai ser um festival tipo o que houve em Monterey, dois anos atrás?

- Isso mesmo! Só que com muuuuitoo mais artistas! E nós perdemos Monterey! Esse nós não vamos perder! Vai logo arrumando a mochila e o sleeping bag!

- Nooossaa! Vamos ver Hendrix de perto? Claro que eu topo! Vai ser ao ar livre?

- Passa aqui mais tarde que eu te conto tudo. Agora tenho que ir numa passeata contra a ditadura. Você não quer ir?

- Tô trabalhando. Contra a ditadura, mas acho que vão censurar meu artigo. Tem Coquetel Molotov aí?

- Hahaha! Meu grau de violência e repulsa a esse povo não chega a tanto. Mas, se for preciso, treinei jogar pedras na tropa de choque. Vou seguir de braços dados com diversos artistas, como na Passeata dos Cem Mil, ano passado. Cara, de repente eu conheço Chico Buarque, já imaginou?

- É mesmo, pena que eu não posso ir. E o lema de Maio de 68 continua, né?

- Sim, “É Proibido Proibir”. Ah, sábado estréia o filme do Bergman! Não esquece, hein?

- Não esqueço, vamos juntos! E tô louco pra ver “Sem Destino”, já te falei dele, não foi?

- Com Steppenwolf e Hendrix na trilha sonora? Claro! Compra logo o disco, vai sair aqui antes do filme!

Quando acordei, percebi como eu a via. É uma típica garota dos anos 60, mas que passou a infância nos anos 90 e entrou na adolescência junto com o século 21. Ela soube estudar o passado recente e entendeu tudo muito bem. Por isso, poderia tranquilamente passear com Janis Joplin em Copacabana ou jantar com Woody Allen em Nova York. Aliás, se Woody Allen fosse mulher, seria a Nathália!

Em um de seus posts, Nathália diz que não vê nada de mais no dia de seu nascimento, que muitas vezes nem se lembra, que a data não mudou em nada o rumo da humanidade. Típico pensamento de uma garota dos anos 60, adepta da Contracultura.

Tá OK, Nat! Então, em vez de te dar os parabéns pelos seus 20 anos no dia 13 de abril, fica aqui esta pequena homenagem. E, claro, vamos pra Woodstock!

1.4.09

Chegamos (quem diria!) aos dois anos

Já disse aqui que minha intenção, quando criei o Jornal da Lua, era contar com uma equipe, como uma redação mesmo. Nada de um autor só. Primeiro, porque eu prefiro muito mais ir pra praia do que ir pro trabalho; depois, porque acho muito mais divertido, já que tenho mesmo que trabalhar, fazer isso ao lado de pessoas engraçadas, que me contem piadas inteligentes, que me façam rir.

É difícil encontrar essas pessoas no mundo moderno. Pelo menos, pra mim! Mesmo assim, convidei algumas. Perto do dia primeiro de abril de 2007, data ideal pra lançar um jornal virtual que queria ser o filho de “O Pasquim”, vi que ninguém aparecia, só uma ou outra resposta evasiva, “vamos ver...”, “quem sabe..."

Acabei entrando nessa vida completamente só. Depois de algumas semanas, vi que a solução de meu problema estava na própria blogosfera. Comprei o livro da Maristela Bairros, blogueira de Porto Alegre, intitulado “Chutando o Balde”, e pedi pra publicar trechos no blog. Com o consentimento dela, lembrei de outro livro, desta vez de meu amigo de longa data, Chico Paula Freitas, carioca do Méier que hoje mora em Copacabana. Liguei pro Chico e perguntei se poderia publicar alguns contos de “Café e Bar Ponto Chic”, lançado pela Bertrand Brasil.

Bom, já tinha dois colaboradores. Depois, veio a Yvonne, com outro estilo, uma cronista perfeita! Falando do presente ou do passado, eu nunca perdia um post da Yvonne. Quando ela lançou um post, declarando estar “cansada do blog”, eu logo fiz meu convite: “Parando ou não com seu blog, você JÁ É da minha equipe, OK?”

Foi da mesma forma que trouxe a Regina Simões, um talento que também pensava em fechar as portas. Claro que eu não deixei. Regina tem um tipo de humor que encaixa perfeitamente no que eu imaginava para o Jornal da Lua. Ela reativou o seu blog, mas entrou para nossa equipe usando o codinome de Regina Lewinsky, uma alusão àquela Lewinsky que ficou famosa pelo caso com Bill Clinton. Como eu também sou Bill, em vez de me enviar uma foto dela, como fizeram Maristela e Yvonne, mandou uma caricatura genial, da Lewinsky famosa, com uma tatuagem no braço, um coração com uma seta e o nome “Bill”. Rolei de rir quando recebi. Observem aqui na lateral direita!

Conheço vários outros blogueiros e blogueiras que eu poderia convidar. De alguns, pego uns “posts emprestados” de vez em quando. Mas, sei que muitos levam seus blogs com dificuldade, falta tempo, têm problemas pessoais que os afastam da blogosfera. E existem também aqueles e aquelas que eu adoro ler, e que estão muito bem em seus próprios blogs, de tal forma que eu nem penso nesses autores fora de suas criações naturais.

Outra conquista memorável para o Jornal da Lua foi Nathália Esthevlana Alves, que escreve aqui usando o codinome de Lana Esthevlana. Desde que cheguei em seu blog, em meados de março do ano passado, consegui não só uma colaboradora, mas uma amiga de todas as horas, dona de um talento único. Tenho tantas histórias sobre a Nathália, que vou precisar de um outro post.

Caroline Lira, que completava 17 anos quando a conheci, nunca saiu de meus planos. O “único” problema é que o dia tem apenas 24 horas, e Carol precisa de um dia de 40 ou 50 horas. Uma garota que estuda e trabalha desde cedo. Deve ter começado a ler com uns cinco anos. E foi logo devorando os clássicos, James Joyce, Cervantes, Platão, Nietzsche, Camões, Hegel, Dante, Sartre, Clarice Lispector, além de poetas como Fernando Pessoa, Rilke, Cecília Meireles, Carlos Drummond, Manuel Bandeira, Mário Quintana etc e etc.

Não se percebe humor em seus textos. Mas são escritos de uma maneira tão intensa, tão singular, brilham como uma joalheria abarrotada de diamantes, que eu a queria na equipe, e continuo querendo. Só que o dia continua com 24 horas. Porém, a foto dela já tá aqui, vejam à direita. E é preciso lembrar que minha inspiração, “O Pasquim”, não contava só com humoristas em sua equipe. Lá estavam, por exemplo, Sérgio Cabral (pai do atual governador do Rio), Paulo Francis, Luiz Carlos Maciel e Newton Carlos, o analista internacional que nunca sorria.

Gostaria também de trazer Kamilla Barcelos e Gabi Mazzei, duas outras excelentes blogueiras e humoristas. Já publiquei um texto da Kamilla aqui. No momento, ela inicia nova vida em outra cidade e não tem tempo pro próprio blog. Mas, uma hora, vamos nos encontrar. Quanto à Gabi, creio que em breve vocês a terão por aqui.

Aí este jornal vai ficar do jeito que eu imaginei no início. Eu trabalho um pouquinho, vou pra praia e as garotas fazem o resto! Hehehe!

E teremos fôlego suficiente para muitos anos. Com o objetivo inicial preservado: fazer com que os leitores riam, enquanto têm a doce esperança de que esse mundo esquisito em que vivemos tem conserto.

O meu muito obrigado a todos os que passam por aqui!

Beijos e abraços!