
Sim, Lana recusou as propostas em dólares e euros e renovou contrato com o Jornal da Lua.
Vamos matar a curiosidade de nossos leitores, informando sobre o que aconteceu em nossa sacrificante viagem ao Rio de Janeiro, na tentativa de impedir que a colunista anti-social aceitasse as propostas da imprensa capitalista estrangeira.
Marcamos um encontro com a exigente Lana no Centro Cultural Banco do Brasil, onde acontecia uma exposição sobre Clarice Lispector. Foi, modéstia à parte, uma grande jogada. Quando chegamos, a colunista parecia levitar em pleno Centro da Cidade Maravilhosa, depois de ver de perto cartas, vídeos, citações e objetos da consagrada escritora.
Apulcro bebia seu uisque, escondido numa pequena garrafa de bolso, e dizia para Gudesteu:
- Sou um homem triste! Depois de três doses, fico normal!
Chico PF tirou o contrato da pasta e entregou ao dr. Bruegel:
- Diga a ela que é o livro de presença.
Bruegel entregou o contrato a Lana, com uma caneta:
- Veja os olhos de Clarice! Observe bem! Seus olhos estão pesados! Você não sente sono?
- Sim...
- Então, assine aqui o livro de presença, um registro para a História.
Lana assinou, enquanto dizia:
- Por alguns longos minutos fiquei pensando no quanto eu gostaria de sair pra tomar um café com ela. E fumar um cigarro. Só um.
Bruegel prosseguiu:
- Vou contar até três. Você vai despertar e não se lembrará de nada.
Contrato assinado, Lana se despediu e saiu. Nós voltamos para Copacabana. Missão cumprida!
- Já me sinto uma pessoa normal - dizia Apulcro.
A garrafa estava vazia. Nossos corações, cheios de esperança. No dia seguinte, podia dar praia. Em setembro, sempre chove no Rio. Mas o sol aparece, de vez em quando. Viva Clarice! Viva Lana Esthevlana!